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Economia encolhe por causa da
retração nos preços do petróleo
da Reportagem Local
As empresas brasileiras estão se
voltando para o mercado venezuelano num momento de dificuldades para o país vizinho. Em 98, o
PIB (Produto Interno Bruto) venezuelano está encolhendo cerca de
1%. Para o ano que vem, a Cepal
(Comissão Econômica para a
América Latina e Caribe), das Nações Unidas, projeta uma nova
queda, de 0,5%.
A fragilidade venezuelana se origina da dependência dos ganhos
do petróleo e de seus derivados,
que respondem por cerca de 80%
das exportações do país. Uma super oferta internacional provocou
uma redução de quase metade no
preço do óleo em 98. A economia
venezuelana afundou junto com a
cotação do petróleo.
Cansados da crise econômica e
dos escândalos de corrupção, os
venezuelanos resolveram virar a
mesa na política. No início do mês,
eles elegeram presidente o tenente-coronel Hugo Chávez, de 44
anos. Um dos responsáveis por
uma tentativa de golpe de Estado
fracassada, Chávez se elegeu com
56,5% dos votos, amparado em
promessas populistas.
Pesquisas de opinião feitas recentemente na Venezuela indicam
que a maior parte da população
acha que a vida vai melhorar a partir de agora. O problema é que o futuro presidente terá de tomar medidas duras para consertar a economia. Chávez está tentando se
mostrar confiável aos olhos dos
parceiros econômicos, mas a direção do futuro governo ainda é um
mistério.
O Brasil está especialmente atento ao desempenho de Chávez porque a Venezuela está ganhando
um papel importante na economia
e na estratégia diplomática brasileira.
Segundo maior exportador de
petróleo para o Brasil, a Venezuela
também deverá se tornar um importante fornecedor de energia
elétrica. Uma linha de 700 quilômetros está sendo construída para
levar energia da usina venezuelana
de Guri a Boa Vista, em Roraima.
Ao estreitar os laços econômicos
com a Venezuela, o Brasil também
reforça sua liderança na América
Latina. Depois da Bolívia, a Venezuela é o segundo integrante do
chamado Grupo Andino (que também conta com a Colômbia, o
Equador e o Peru) a tentar se associar ao Mercosul.
Como a negociação entre o Mercosul e o Grupo Andino está andando a passos muito lentos, a
aproximação da Venezuela facilita
as conversas com os demais países.
"Ao se aproximar da Venezuela e
do Grupo Andino, o Brasil reforça
sua liderança na América Latina e
ganha força na hora de negociar
com os Estados Unidos a criação
de um mercado comum das Américas", diz Mário Carvalho, da
Funcex (Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior).
Os ganhos da aproximação com
a Venezuela serão percebidos com
mais facilidade nos Estados da região Norte e Nordeste. Em Roraima, existem dois milhões de hectares de terra que podem ser cultivados com soja para exportação por
meio do país vizinho.
Para os Estados do Norte a integração com os países vizinhos poderia ser uma boa opção econômica. "Se houvesse uma liberação dos
gargalos físicos, como a falta de estradas, poderia haver um florescimento da economia regional", diz
Carvalho, da Funcex.
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