São Paulo, domingo, 20 de dezembro de 1998

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MERCADO DE TRABALHO
Previsão, baseada na taxa de envelhecimento da população espanhola, é do Banco Bilbao Vizcaya
Desemprego acaba na Espanha, diz estudo

MAURICIO ESPOSITO
da Reportagem Local

Um estudo preparado pelo Banco Bilbao Vizcaya (BBV) afirma que a Espanha vai se aproximar da situação de pleno emprego a partir do final da próxima década.
Ou seja, o banco prevê que a taxa de desemprego no mercado de trabalho espanhol, que hoje é de 17%, uma das maiores da Europa, poderá ficar abaixo de 5% depois de 2010.
A principal razão para essa inversão da situação atual, segundo o estudo preparado pelo banco espanhol, é a tendência observada hoje, e que vai continuar prevalecendo no futuro, de envelhecimento da população do país.
O argumento básico do estudo é que haverá menos jovens procurando o primeiro emprego.
Quanto maior o número de pessoas em busca de uma ocupação, sem a respectiva contrapartida do aumento de vagas, maior a taxa de desemprego.
A população espanhola menor de 24 anos será reduzida em 4,6 milhões de pessoas nos próximos 30 anos, enquanto a população com mais de 65 anos aumentará em 2,5 milhões, prevê o banco.
Se em 1990 existiam na Espanha 25,9 milhões de pessoas em idade para trabalhar (entre 15 anos e 64 anos), em 2020, de acordo com o estudo, existirão 25,7 milhões de pessoas na mesma condição.
A taxa de envelhecimento da população espanhola (pessoas com mais de 65 anos em relação ao total), que hoje é de 13,8%, será de 18% em 2010, 20,1% em 2020 e 23,5% em 2030.
"A taxa de natalidade na Espanha, de 1,2%, é muito baixa", afirma o presidente do BBV Brasil, Vicente Benedito.
Segundo o executivo, com esse cenário, um crescimento de 2,5% no PIB (Produto Interno Bruto, que mede a soma de todas as riquezas produzidas no país) já provoca a geração de empregos.
Outra razão para a redução do desemprego, segundo Benedito, será a união monetária, que vai incentivar o intercâmbio de mão-de-obra entre os países europeus.
De acordo com as projeções do BBV, para um crescimento médio de 2% do PIB, a taxa de desemprego será de 17,5% em 2005, 15,5% em 2010 e 7,7% em 2020.
Se o crescimento do PIB mantiver a média de 2,5%, a taxa de desemprego será de 16,8% em 2005, 14% em 2010 e 4,5% em 2020.
Para um crescimento médio de 3%, a taxa de desemprego cairá para 16,1% em 2005, 12,5% em 2010 e 1,2% em 2020.
"Nos próximos anos, a projeção de crescimento é superior a 3%", diz o presidente do BBV Brasil.
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Colaborou Vanessa Adachi, da Reportagem Local


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