São Paulo, sábado, 21 de janeiro de 2006

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Dólar mais fraco afeta índice Big Mac

DA REPORTAGEM LOCAL

A forte desvalorização do real ainda não tornou a moeda brasileira "supervalorizada" em relação ao dólar. Pelo menos não quando o critério é o índice Big Mac, elaborado pela revista britânica "The Economist". Pelo contrário, segundo o critério da revista, o real estava, no dia 9, desvalorizado ante o dólar em 13%.
Essa é a boa notícia. A má é que a maioria dos países emergentes tem suas moedas em posição ainda mais desvalorizada do que a divisa brasileira. A moeda mexicana está desvalorizada em 15,6%, a da Rússia, em 49,2%, a da Argentina, em 50,8%, e a moeda chinesa em, 58,7%.
A "The Economist" prepara o índice baseando-se no preço do sanduíche em cada país. Em tese, um produto idêntico deveria custar a mesma coisa em um mercado de concorrência perfeita. É claro que esse não é o caso da economia internacional, tampouco para um lanche, mas o preço do Big Mac é uma boa aproximação para medir o poder de compra das moedas.

Poder de compra
Quanto mais caro em dólares o sanduíche, maior o poder de compra da moeda. Nos EUA, o preço médio é de US$ 3,15. No Brasil, US$ 2,74. Simplificando, isso torna o Big Mac brasileiro "mais competitivo", o que indicaria que, caso fosse uma mercadoria que pudesse ser exportada, o Brasil teria ainda um câmbio competitivo para enfrentar a concorrência com os norte-americanos. O problema, claro, é que outras economias têm câmbio ainda mais favorável. Um sanduíche na China custa apenas US$ 1,30.
É claro que algumas economias, como a brasileira, têm vantagens competitivas muito fortes em alguns produtos, e não é apenas o câmbio que influencia na concorrência. Mas o preço em dólar é importante em parte significativa das exportações de um país.
A revista elaborou o índice com base no câmbio de 9 de janeiro. Desde então, a taxa brasileira se desvalorizou um pouco, mas a mudança foi muito marginal, de apenas 1,22%, o que sugere que os resultados ainda são válidos.


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