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Dólar mais fraco afeta índice Big Mac
DA REPORTAGEM LOCAL
A forte desvalorização do real
ainda não tornou a moeda brasileira "supervalorizada" em relação ao dólar. Pelo menos não
quando o critério é o índice Big
Mac, elaborado pela revista britânica "The Economist". Pelo contrário, segundo o critério da revista, o real estava, no dia 9, desvalorizado ante o dólar em 13%.
Essa é a boa notícia. A má é que
a maioria dos países emergentes
tem suas moedas em posição ainda mais desvalorizada do que a
divisa brasileira. A moeda mexicana está desvalorizada em 15,6%,
a da Rússia, em 49,2%, a da Argentina, em 50,8%, e a moeda chinesa em, 58,7%.
A "The Economist" prepara o
índice baseando-se no preço do
sanduíche em cada país. Em tese,
um produto idêntico deveria custar a mesma coisa em um mercado de concorrência perfeita. É claro que esse não é o caso da economia internacional, tampouco para um lanche, mas o preço do Big
Mac é uma boa aproximação para
medir o poder de compra das
moedas.
Poder de compra
Quanto mais caro em dólares o
sanduíche, maior o poder de
compra da moeda. Nos EUA, o
preço médio é de US$ 3,15. No
Brasil, US$ 2,74. Simplificando,
isso torna o Big Mac brasileiro
"mais competitivo", o que indicaria que, caso fosse uma mercadoria que pudesse ser exportada, o
Brasil teria ainda um câmbio
competitivo para enfrentar a concorrência com os norte-americanos. O problema, claro, é que outras economias têm câmbio ainda
mais favorável. Um sanduíche na
China custa apenas US$ 1,30.
É claro que algumas economias,
como a brasileira, têm vantagens
competitivas muito fortes em alguns produtos, e não é apenas o
câmbio que influencia na concorrência. Mas o preço em dólar é
importante em parte significativa
das exportações de um país.
A revista elaborou o índice com
base no câmbio de 9 de janeiro.
Desde então, a taxa brasileira se
desvalorizou um pouco, mas a
mudança foi muito marginal, de
apenas 1,22%, o que sugere que os
resultados ainda são válidos.
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