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Guerra rápida preserva parcerias no comércio
DA REPORTAGEM LOCAL
Se for rápida, a guerra não deve
afetar significativamente a economia dos Estados Unidos, os preços do petróleo e a configuração
das relações comerciais com seus
tradicionais parceiros, avaliam
analistas americanos.
Para Lawrence Meyer, professor
do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais dos Estados
Unidos, o único país que pode sofrer boicotes, ainda que informais, é a França. "Duvido que
aconteça algum tipo de bloqueio
em relação aos produtos europeus. Quem deve sofrer mais é a
França. Há muita hostilidade aqui
em relação à posição francesa
nesta guerra", diz Meyer.
O grande teste da guerra, diz, será o desempenho da economia
americana depois que ela acabar.
Meyer avalia que, se a guerra representar um fracasso para a economia americana, o presidente
George W. Bush pode seguir o caminho de seu pai e perder as eleições. "Se a economia não melhorar, ou se for afetada ainda mais
pela guerra, vai contar nas próximas eleições. A economia será
uma das principais questões nos
Estados Unidos."
Energia
Outra questão estratégica será o
petróleo, diz Ron Gold, vice-presidente da Fundação de Pesquisa
da Indústria do Petróleo, um instituto sem fins lucrativos mantido
por 32 empresas petrolíferas. Segundo ele, a produção atual de petróleo do Iraque -1,7 milhão de
barris diários- já representa praticamente sua capacidade total de
produção. Isso significa que, mesmo com o fim do embargo imposto pela ONU (Organização das
Nações Unidas) ao país, a produção não crescerá muito. O acréscimo de petróleo no mercado mundial após a guerra não seria, portanto, suficiente para determinar
a queda no preço do produto.
Risco
Segundo ele, dependendo dos
estragos que sofrerem os poços de
petróleo iraquianos, a produção
poderá até mesmo cair. "Na primeira Guerra do Golfo, os poços
de petróleo do Kuait foram incendiados, e levou quase um ano para que retomassem sua capacidade total."
A percepção do mercado, diz
Gold, é que a guerra causa menos
preocupações do que causaram a
longa greve que atingiu a Venezuela, paralisando a produção de
petróleo no país, e o frio do inverno americano, que aumentou o
uso de combustível para aquecimento. "O principal risco que enfrentamos agora é o de uma interrupção no transporte."
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