|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Com alíquota maior, IOF arrecada mais 177%
Tributo rendeu R$ 1,6 bi no primeiro mês inteiro após elevação de alíquotas
Pessoas físicas pagaram R$ 646 mi, e empresas,
R$ 562 mi; se receita se mantiver, superará previsão do governo em R$ 3 bi
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O aumento do IOF (Imposto
sobre Operações Financeiras)
em janeiro já surtiu efeito no
mês passado, quando a arrecadação do tributo somou R$ 1,6
bilhão, com aumento de 176,8%
(em termos reais, já descontada
a inflação) em comparação com
a receita de fevereiro de 2007.
As alíquotas mais altas pesaram principalmente no bolso
das pessoas físicas, responsáveis pela maior parte da elevação de receita.
O IOF foi elevado para compensar a perda de arrecadação
da CPMF, que seria de cerca de
R$ 40 bilhões neste ano se não
tivesse sido extinta ao final do
ano passado.
Mesmo com arrecadação recorde sem o tributo do cheque,
o secretário da Receita Federal,
Jorge Rachid, lamenta a perda
do tributo.
"A CPMF é coisa do passado.
Mas era importante porque tinha destinação específica para
a área social. Os outros tributos
que estão crescendo são partilhados com Estados e municípios. Não ficam com a União",
lamentou Rachid.
No mês passado, as pessoas
físicas pagaram R$ 646 milhões
de IOF; os outros R$ 562 milhões foram pagos por empresas. Se a receita com esse imposto se mantiver até o fim do
ano, vai ultrapassar em quase
R$ 3 bilhões a expectativa inicial do governo quando elevou
as alíquotas para compensar o
fim da CPMF.
Rachid lembrou, porém, que
no início deste mês o governo
desonerou os contratos de
câmbio para os exportadores e
passou a taxar os investidores
estrangeiros. O resultado, segundo o secretário, deve ser
uma arrecadação de R$ 15 bilhões com o IOF neste ano. Em
2007, foram R$ 8 bilhões.
Diante do aumento de arrecadação, o especialista Gilberto
Braga, do Ibmec-RJ, critica o
valor do imposto pago pelas
pessoas físicas. "Esse resultado
mostra que o governo errou a
mão ao aumentar o IOF em janeiro", disse.
No início do ano, o governo
elevou em 0,38% todas as alíquotas do IOF, com poucas exceções. Para as pessoas físicas, a
alíquota passou a ser de 3,38%.
Maior formalização
O Imposto de Renda pago
por pessoas físicas também aumentou 41,5% em fevereiro na
comparação com igual mês do
ano passado, já descontada a
inflação. Já o IR retido na fonte
somou R$ 4,7 bilhões, com aumento de 15,3%, o que indica
maior formalização da economia e avanço dos rendimentos
reais. O IR sobre rendimentos
do trabalho teve elevação de
16,3% em fevereiro.
A receita com o pagamento
de contribuições previdenciárias, que indica aumento na formalização dos trabalhadores,
cresceu 12,7% em fevereiro,
descontada a inflação. A arrecadação previdenciária soma,
neste ano, R$ 27 bilhões.
Rachid justificou que o aumento total da arrecadação federal no mês passado foi provocado pelo crescimento econômico, pela elevação das alíquotas do IOF e também pelas
ações administrativas da Receita contra os sonegadores.
Texto Anterior: Sem CPMF, arrecadação cresce 10% em fevereiro Próximo Texto: Fisco adapta IR para permitir dedução de doação cultural Índice
|