São Paulo, sábado, 21 de março de 2009

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Estado assume controle das duas maiores cooperativas de crédito norte-americanas

DA REDAÇÃO

As autoridades regulatórias dos EUA assumiram o controle das duas maiores cooperativas de crédito do país, depois que descobriram que as perdas das instituições com ativos lastreados em hipotecas foram maiores que o esperado.
As duas cooperativas, a U.S. Central Federal Credit Union e a Western Corporate Federal, Credit Union, não atendiam diretamente ao consumidor, mas a outras instituições financeiras. Juntas, elas têm US$ 57 bilhões em ativos.
A decisão ocorre no mesmo dia em que o presidente do Fed (Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos), Ben Bernanke, afirmou que são necessárias alterações na noção de que há instituições financeiras "grandes demais para quebrar" por causa dos seus efeitos no resto da economia, mas defendeu os últimos socorros do governo americano a bancos.
Segundo ele, os credores dessas instituições têm menos incentivos para monitorar e restringir os riscos que elas assumem, o que cria também um problema para as firmas menores, que podem ter mais dificuldade para captar dinheiro, apesar de terem uma situação "melhor, ou pelo menos não pior", que as das maiores.
"A erosão na disciplina do mercado distorce o comportamento dos mercados e dá um incentivo para as empresas crescerem -internamente ou por meio de aquisição- para serem reconhecidas como grandes demais para quebrar", disse ontem o dirigente.
Os Estados Unidos já gastaram centenas de bilhões de dólares para socorrer várias instituições financeiras, como o Citigroup e a AIG, mas foi a decisão de não ajudar o banco de investimento Lehman Brothers que provocou mais efeitos -pelo menos de curto prazo- na economia mundial.
Em setembro do ano passado, ainda na administração de George W. Bush, os EUA deixaram o banco de investimento pedir concordata, o que foi considerado o detonador do agravamento daquela que parece ser a pior crise desde a Grande Depressão, nos anos 1930.
Apesar da ajuda federal, os bancos americanos tiveram nos últimos três meses do ano passado o primeiro prejuízo desde 1990. Eles perderam US$ 32,1 bilhões (quase o mesmo tamanho do PIB da Guatemala), com a maior parte do prejuízo concentrada em grandes instituições. A previsão inicial apontava perda de US$ 26,2 bilhões em 8.305 instituições.


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