São Paulo, domingo, 21 de março de 1999

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Aspiração pessoal motivou mudança

Cleo Velleda - 26.jan.96/Folha Imagem
O economista Jorge Mattoso


da Reportagem Local

Parte do enorme crescimento da economia informal no Brasil não se deve à deterioração do mercado de trabalho, mas às oportunidades de melhorar de vida trabalhando por conta própria.
No início do Plano Real, os reajustes de salários foram limitados nas empresas que vendiam produtos que sofriam a concorrência dos importados. Em compensação, profissionais autônomos puderam cobrar mais caro porque não sentiam a ameaça de perder mercado.
"Só um em dez autônomos, no máximo, trabalha por conta própria por opção", diz Sérgio Mendonça, do Dieese. "Num primeiro momento, o autônomo teve maior ganho, mas agora sua renda deve cair mais rápido porque não tem as garantias do assalariado."
O que limita o crescimento do mercado informal como opção profissional é o risco de abrir um negócio e perder dinheiro. De cada dez micro e pequenas empresas abertas no Brasil, oito fecham antes de completar dois anos de vida.
"Na maioria das vezes, falta capacidade administrativa", diz Dorli Martins, consultora do Sebrae. Na opinião de Dorli, ainda é cedo para avaliar se a crise provocou nova onda de quebradeira entre as empresas.
O que está claro, segundo a consultora, é o esgotamento de algumas atividades. Já tem gente demais trabalhando com máquinas para fazer suco de laranja, vendendo salgadinhos para festa e estampando malhas em confecções de fundo de quintal. "As melhores oportunidades estão na prestação de serviço para quem mora nas cidades e não tem tempo", diz Dorli.



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