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TELECOMUNICAÇÕES
Por R$ 16 milhões, a empresa vai instalar 60 mil linhas telefônicas nos nove Estados da concessionária
Alcatel e Tele Centro Sul fazem contrato
ELVIRA LOBATO
da Sucursal do Rio
Depois de vários meses de ociosidade na fábrica, a Alcatel Telecomunicações assinou contrato de
R$ 16 milhões com a Tele Centro
Sul para instalação de 60 mil linhas
telefônicas nos nove Estados que
compõem a área de concessão da
companhia.
O contrato -confirmado, ontem, em São Paulo, por Jean François Fille, presidente da Alcatel- é
para ampliação de centrais telefônicas da tecnologia Trópico, desenvolvida pela Telebrás durante o
monopólio estatal.
A encomenda, segundo Fille, foi
recebida pela Alcatel como uma
demonstração de que haverá espaço para os equipamentos com tecnologia brasileira, mesmo com a
privatização da Telebrás.
O ministro das Comunicações,
Pimenta da Veiga, vinha ameaçando punir as companhias telefônicas que descumprissem a cláusula
do contrato de concessão que as
obriga a escolher produtos de tecnologia nacional quando houver
igualdade de preço, qualidade e
prazo de entrega com os de tecnologia estrangeira.
A tensão dos fabricantes locais
cresceu com a demora das novas
telefônicas em definir suas encomendas. Desde a privatização,
ocorrida no final de julho do ano
passado, as operadoras estão negociando com os fabricantes, sem
chegar a um resultado final.
A compra das centrais Trópico
pela Tele Centro Sul, segundo Fille,
é o principal contrato obtido pela
Alcatel desde a privatização. Ele
disse ter recebido informações da
Telefônica (ex-Telesp) de que também ela não fará restrições à tecnologia nacional.
Fille confirmou que os preços
dos equipamentos caíram em
comparação com os que eram praticados durante o monopólio estatal. A queda, disse, se deve à redução do custo dos componentes no
mercado internacional e à mudança de filosofia no relacionamento
com operadoras privadas. "No regime privado, fornecedor e comprador buscam parcerias de longo
prazo, e os preços caem muito".
Com a demora das operadoras
em definir seus novos fornecedores, as indústria está operando
com grande ociosidade.
A Alcatel, disse, colocou cerca de
150 funcionários de sua fábrica em
São Paulo no "banco de horas". Os
empregados ficam em casa recebendo o salário até o reinício das
encomendas. O tempo parado é
compensado com horas extras.
Como as telefônicas ainda não
definiram suas grandes encomendas, a situação se agravou. A empresa acaba de fazer acordo com o
Sindicato dos Metalúrgicos de São
Paulo para a suspensão temporária de contratos de trabalho.
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