São Paulo, domingo, 21 de março de 1999

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TELECOMUNICAÇÕES
Por R$ 16 milhões, a empresa vai instalar 60 mil linhas telefônicas nos nove Estados da concessionária
Alcatel e Tele Centro Sul fazem contrato

ELVIRA LOBATO
da Sucursal do Rio

Depois de vários meses de ociosidade na fábrica, a Alcatel Telecomunicações assinou contrato de R$ 16 milhões com a Tele Centro Sul para instalação de 60 mil linhas telefônicas nos nove Estados que compõem a área de concessão da companhia.
O contrato -confirmado, ontem, em São Paulo, por Jean François Fille, presidente da Alcatel- é para ampliação de centrais telefônicas da tecnologia Trópico, desenvolvida pela Telebrás durante o monopólio estatal.
A encomenda, segundo Fille, foi recebida pela Alcatel como uma demonstração de que haverá espaço para os equipamentos com tecnologia brasileira, mesmo com a privatização da Telebrás.
O ministro das Comunicações, Pimenta da Veiga, vinha ameaçando punir as companhias telefônicas que descumprissem a cláusula do contrato de concessão que as obriga a escolher produtos de tecnologia nacional quando houver igualdade de preço, qualidade e prazo de entrega com os de tecnologia estrangeira.
A tensão dos fabricantes locais cresceu com a demora das novas telefônicas em definir suas encomendas. Desde a privatização, ocorrida no final de julho do ano passado, as operadoras estão negociando com os fabricantes, sem chegar a um resultado final.
A compra das centrais Trópico pela Tele Centro Sul, segundo Fille, é o principal contrato obtido pela Alcatel desde a privatização. Ele disse ter recebido informações da Telefônica (ex-Telesp) de que também ela não fará restrições à tecnologia nacional.
Fille confirmou que os preços dos equipamentos caíram em comparação com os que eram praticados durante o monopólio estatal. A queda, disse, se deve à redução do custo dos componentes no mercado internacional e à mudança de filosofia no relacionamento com operadoras privadas. "No regime privado, fornecedor e comprador buscam parcerias de longo prazo, e os preços caem muito".
Com a demora das operadoras em definir seus novos fornecedores, as indústria está operando com grande ociosidade.
A Alcatel, disse, colocou cerca de 150 funcionários de sua fábrica em São Paulo no "banco de horas". Os empregados ficam em casa recebendo o salário até o reinício das encomendas. O tempo parado é compensado com horas extras.
Como as telefônicas ainda não definiram suas grandes encomendas, a situação se agravou. A empresa acaba de fazer acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo para a suspensão temporária de contratos de trabalho.



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