São Paulo, domingo, 21 de março de 1999

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TELECOMUNICAÇÕES
Consórcio Telemar deve anunciar lista nesta semana, ajudando a definir futuro dos fabricantes nacionais
Teles vão definir nomes de fornecedores

da Reportagem Local

As empresas de equipamentos de telecomunicações aguardam, para esta semana, uma definição para o futuro dos fabricantes instalados no país.
Na terça-feira, será aberta em São Paulo a principal feira de telecomunicações brasileira. Há a expectativa de que o consórcio Telemar, que controla a Tele Norte Leste (holding que reúne 16 operadoras de telefonia estaduais), aproveite a oportunidade para anunciar sua lista de fornecedores.
A decisão é aguardada com ansiedade porque ajudará a definir o destino dos fabricantes nacionais. Se os grupos nacionais ficarem de fora, será mais um passo para a reestruturação do setor.
No início da semana passada, o ministro das Comunicações, Pimenta da Veiga, cobrou das empresas telefônicas prioridade aos fornecedores de capital nacional.
O ministro recebeu denúncias de que os fabricantes brasileiros de equipamentos não estavam sendo convidados para apresentar propostas de fornecimento para as telefônicas.
Pimenta ameaçou as telefônicas com punições caso não cumprissem os contratos de concessão. Segundo os contratos, deve ser dada prioridade ao fornecedor local, caso exista igualdade nas condições de preço, de prazo e de qualidade entre as diversas ofertas.
O que está em jogo é o futuro da Batik e da Zetax, as duas principais indústrias de equipamentos de telefonia de capital nacional. As duas empresas são cobiçadas pelas gigantes multinacionais Lucent e Nortel.
A Lucent e a Nortel têm interesse nas companhias brasileiras para montar uma base de fabricação de equipamentos de telefonia fixa no Brasil e facilitar o fornecimento para as teles. O valor estimado da Batik e da Zetax, juntas, fica entre US$ 50 milhões e US$ 100 milhões.
Há uma movimentação também por parte do governo brasileiro para manter as empresas com capital nacional. A idéia é promover a fusão de nacionais para ganhar escala e poder competir em melhores condições com as cinco estrangeiras instaladas no país.
A mineira Batik e as paulistas Zetax e Tropico poderiam se fundir com a benção -e o financiamento- do BNDES. As empresas estão sendo procuradas por representantes do banco, mas as conversas ainda estão em fase preliminar.
A Batik foi criada há 20 anos e produz centrais de telefonia privadas e públicas. Chegou a faturar R$ 70 milhões em 1997, mas no ano passado as vendas somaram R$ 42 milhões. A Zetax faturou R$ 40 milhões no ano passado.
(RICARDO GRINBAUM)



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