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TELECOMUNICAÇÕES
Consórcio Telemar deve anunciar lista nesta semana, ajudando a definir futuro dos fabricantes nacionais
Teles vão definir nomes de fornecedores
da Reportagem Local
As empresas de equipamentos de
telecomunicações aguardam, para
esta semana, uma definição para o
futuro dos fabricantes instalados
no país.
Na terça-feira, será aberta em
São Paulo a principal feira de telecomunicações brasileira. Há a expectativa de que o consórcio Telemar, que controla a Tele Norte Leste (holding que reúne 16 operadoras de telefonia estaduais), aproveite a oportunidade para anunciar sua lista de fornecedores.
A decisão é aguardada com ansiedade porque ajudará a definir o
destino dos fabricantes nacionais.
Se os grupos nacionais ficarem de
fora, será mais um passo para a
reestruturação do setor.
No início da semana passada, o
ministro das Comunicações, Pimenta da Veiga, cobrou das empresas telefônicas prioridade aos
fornecedores de capital nacional.
O ministro recebeu denúncias de
que os fabricantes brasileiros de
equipamentos não estavam sendo
convidados para apresentar propostas de fornecimento para as telefônicas.
Pimenta ameaçou as telefônicas
com punições caso não cumprissem os contratos de concessão. Segundo os contratos, deve ser dada
prioridade ao fornecedor local, caso exista igualdade nas condições
de preço, de prazo e de qualidade
entre as diversas ofertas.
O que está em jogo é o futuro da
Batik e da Zetax, as duas principais
indústrias de equipamentos de telefonia de capital nacional. As duas
empresas são cobiçadas pelas gigantes multinacionais Lucent e
Nortel.
A Lucent e a Nortel têm interesse
nas companhias brasileiras para
montar uma base de fabricação de
equipamentos de telefonia fixa no
Brasil e facilitar o fornecimento
para as teles. O valor estimado da
Batik e da Zetax, juntas, fica entre
US$ 50 milhões e US$ 100 milhões.
Há uma movimentação também
por parte do governo brasileiro para manter as empresas com capital
nacional. A idéia é promover a fusão de nacionais para ganhar escala e poder competir em melhores
condições com as cinco estrangeiras instaladas no país.
A mineira Batik e as paulistas Zetax e Tropico poderiam se fundir
com a benção -e o financiamento- do BNDES. As empresas estão sendo procuradas por representantes do banco, mas as conversas ainda estão em fase preliminar.
A Batik foi criada há 20 anos e
produz centrais de telefonia privadas e públicas. Chegou a faturar R$
70 milhões em 1997, mas no ano
passado as vendas somaram R$ 42
milhões. A Zetax faturou R$ 40 milhões no ano passado.
(RICARDO GRINBAUM)
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