São Paulo, domingo, 21 de março de 1999

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Grupo já programa aumento de preços

da Sucursal do Rio

Faturamento em real, dívidas em dólar. Esse é o principal dilema da Globopar, que, nos últimos anos, se endividou no exterior para financiar seus empreendimentos no setor de telecomunicações.
Em seu balanço anual, a Globopar informa que 94% de suas dívidas são em dólar, enquanto sua receita é em moeda nacional. Na Globo Cabo (operadora de TV a cabo), o problema é semelhante: a empresa fatura em reais, mas 33% de seus custos e 66% de seu endividamento são em dólar.
Na NetSat (TV paga via satélite, em associação com a News Corporation, de Rupert Murdoch), a proporção é ainda mais alta: 70% das despesas operacionais e 92% das dívidas são na moeda americana.
No relatório, a Globopar expõe seu plano de ação para enfrentar a crise e detalha as medidas adotadas em cada empresa. O plano contém previsões de aumento de preços e corte de despesas.
A TV Globo informou que planeja aumentar o preço do intervalo comercial em abril e que adiou investimentos que não dariam retorno financeiro em curto prazo. Além disso, demitiu 7% dos funcionários no final do ano passado e reduziu em US$ 10 milhões as despesas administrativas.
NetSat e Globo Cabo também programam aumentos. Ambas subirão o preço da assinatura em 10% para os novos assinantes. A NetSat informou também que passará a cobrar uma taxa de instalação de R$ 100,00, enquanto a Globo Cabo anunciou que subirá sua taxa de R$ 60,00 para R$ 150,00. As duas também programam reajustar o valor da assinatura dos antigos assinantes em maio.
A Teletrim (empresa de "pager" da Globo) passa pelo mesmo dilema da holding Globopar, pois tem faturamento em real e parte dos custos (16%) em dólar. Como há grande competição no mercado de "pager", a empresa decidiu cortar despesas, uma vez que considera não haver espaço para aumentos de preços.
De acordo com o relatório da Globopar, o plano de ação da Teletrim para enfrentar a crise incluiu a redução de 5% dos empregados e corte nos investimentos.
A Editora Globo demitiu 291 empregados no ano passado e fechou oito revistas que não eram lucrativas. O corte sobre os custos totais chegou a 5%.



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