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Grupo já programa aumento de preços
da Sucursal do Rio
Faturamento em real, dívidas em
dólar. Esse é o principal dilema da
Globopar, que, nos últimos anos,
se endividou no exterior para financiar seus empreendimentos no
setor de telecomunicações.
Em seu balanço anual, a Globopar informa que 94% de suas dívidas são em dólar, enquanto sua receita é em moeda nacional. Na Globo Cabo (operadora de TV a cabo),
o problema é semelhante: a empresa fatura em reais, mas 33% de seus
custos e 66% de seu endividamento são em dólar.
Na NetSat (TV paga via satélite,
em associação com a News Corporation, de Rupert Murdoch), a proporção é ainda mais alta: 70% das
despesas operacionais e 92% das
dívidas são na moeda americana.
No relatório, a Globopar expõe
seu plano de ação para enfrentar a
crise e detalha as medidas adotadas em cada empresa. O plano
contém previsões de aumento de
preços e corte de despesas.
A TV Globo informou que planeja aumentar o preço do intervalo
comercial em abril e que adiou investimentos que não dariam retorno financeiro em curto prazo.
Além disso, demitiu 7% dos funcionários no final do ano passado e
reduziu em US$ 10 milhões as despesas administrativas.
NetSat e Globo Cabo também
programam aumentos. Ambas subirão o preço da assinatura em
10% para os novos assinantes. A
NetSat informou também que passará a cobrar uma taxa de instalação de R$ 100,00, enquanto a Globo Cabo anunciou que subirá sua
taxa de R$ 60,00 para R$ 150,00. As
duas também programam reajustar o valor da assinatura dos antigos assinantes em maio.
A Teletrim (empresa de "pager"
da Globo) passa pelo mesmo dilema da holding Globopar, pois tem
faturamento em real e parte dos
custos (16%) em dólar. Como há
grande competição no mercado de
"pager", a empresa decidiu cortar
despesas, uma vez que considera
não haver espaço para aumentos
de preços.
De acordo com o relatório da
Globopar, o plano de ação da Teletrim para enfrentar a crise incluiu a
redução de 5% dos empregados e
corte nos investimentos.
A Editora Globo demitiu 291 empregados no ano passado e fechou
oito revistas que não eram lucrativas. O corte sobre os custos totais
chegou a 5%.
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