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RECUPERAÇÃO
Analistas apostam na estabilidade econômica e destacam preços dos papéis
Emergentes voltam a atrair capitais
da Redação
O impacto das sucessivas crises
financeiras dos últimos dois anos
ainda está sendo sentido pelo mercado internacional. No entanto, o
contexto de incertezas não tem impedido alguns investidores de voltar a direcionar suas atenções para
os mercados emergentes.
O analista global do Dresdner
Kleinwort Benson, Albert Edwards, por exemplo, tem visto com
mais otimismo os investimentos
nesses mercados, sobretudo na
América Latina.
Ele aumentou de 0,5% para 2% a
exposição no mercado latino-americano em seu portfólio global.
A atenção dos investidores para
os mercados emergentes, segundo
Andrew Milligan, diretor de pesquisa econômica do Morley Fund
Management, deve-se ao fato de os
papéis estarem baratos e a economia sinalizar estabilidade.
Ele destaca ainda as perspectivas
de melhora devido ao aumento das
exportações para os países desenvolvidos e uma provável elevação
no preço das "commodities".
Robert Jay Pelosky, estrategista
do Morgan Stanley Dean Witter,
concorda com Milligan.
Para ele, o cenário está mais
apropriado para investimentos
porque a volatilidade das economias está bem menor e as bolsas
começaram a acalmar-se.
O mercado acionário dessas economias foi profundamente afetado pelas turbulências financeiras.
Desde janeiro de 1996, o índice
composto de ações dos mercados
emergentes, apurado pelo International Finance Corporation, apresentou queda de 27%. Em contrapartida, as principais bolsas dos
EUA, avançaram quase 50%.
Mercado de capitais
Alguns analistas de Wall Street
apontam como um dos principais
indicadores de equilíbrio nas economias dos mercados emergentes
a disposição de governos asiáticos
e latino-americanos de voltarem
ao mercado de capitais.
Figuram nesse cenário, alguns
dos protagonistas das crises, como
Tailândia, Malásia, Coréia, Brasil e
Venezuela.
"É claro que o que determina, a
curto prazo, o desempenho das
ações na região da América Latina
são os bonds. E atitudes de risco
como essas já melhoraram, inclusive no Brasil", afirmou Albert Edwards, em relatório para seus
clientes.
Outro defensor dos investimentos nessas economias é Philip Ehrman, chefe de mercados emergentes do Gartmore Investment Management.
Para ele, a situação está se revertendo e há uma abertura para riscos extras.
"Coisas ruins não duram para
sempre. Coisas boas também
não", justificou.
Ernest Chip Brown, analista para
América Latina do Morgan Stanley, é mais cauteloso. Ele considera que ainda é cedo para festejar,
mas admite que a preocupação
agora é menor, sobretudo no caso
brasileiro. Isso porque a inflação
dá sinais de retrocesso e a moeda
está mais estável.
Pesquisa
O otimismo não é geral. Pesquisa do banco TD Economists, indica que ainda há preocupação com
os rumos da economia na América
Latina.
De acordo com o relatório do
banco, a América Latina deverá
enfrentar um período recessivo este ano, mas de duração mais curta
do que o registrado no sudeste
asiático.
Segundo Ruth Getter, economista-chefe do Economist TD Bank, o
desenvolvimento do Brasil será
fundamental para a recuperação
da economia da América Latina,
pois o país é um importante parceiro comercial de muitos mercados na região.
"Apesar de um cenário ruim, não
esperamos que a recessão internacional seja tão severa ou tão longa
como a da crise asiática", afirmou
Getter.
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