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Salários baixos comprometem independência
DA REPORTAGEM LOCAL
A falta de independência
administrativa pode ser tão
prejudicial às agências reguladoras quanto a ingerência
política. Hoje, as agências
não têm autonomia para definir os salários de seus técnicos. Sem poder pagar salários compatíveis com a qualificação dos profissionais, as
agências sofrem com a migração de especialistas para
o setor privado ou nem conseguem contratá-los.
"Esse é um problema que
todas as agências enfrentam.
A questão salarial as faz perder independência de fato",
avalia a economista e consultora em telecomunicações Alejandra Herrera.
Alejandra diz que a legislação atual não permite que as
agências paguem salários razoáveis. Resultado: a maioria dos especialistas prefere
trabalhar no setor privado.
A economista diz que as
agências correm dois riscos:
o de ficar apenas com o pessoal menos qualificado e,
pior, o de os interessados em
trabalhar para os reguladores serem os lobistas das empresas reguladas.
Em ambos os casos, o regulador, na prática, perde
independência. Ou por incapacidade técnica ou pela
ação dos lobistas. "Sem falar
no óbvio: salários baixos
acabam facilitando a corrupção", diz Alejandra.
O economista Arthur Barrionuevo, da Eaesp-FGV
(Escola de Administração de
Empresas da Fundação Getulio Vargas) faz avaliação
parecida e coloca a questão
salarial entre os principais
problemas enfrentados pelas agências reguladoras brasileiras.
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