São Paulo, domingo, 21 de abril de 2002

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Grande varejista pressiona por desconto

DA REPORTAGEM LOCAL

A disputa das grandes redes de varejo por preços cada vez mais menores das indústrias se acirrou nos últimos dez anos, segundo o economista Cláudio Felisoni, coordenador-geral do Provar (Programa de Administração de Varejo) da USP.
Isso porque as oito maiores redes de supermercados passaram a deter 60% dos negócios do setor do país, contra os 48% que detinham antes.
Esse poder de fogo permitiu às redes varejistas pressionar mais as indústrias por descontos. "Começou então uma briga de gigantes para ver quem conseguia aumentar mais sua margem de lucro", diz Felisoni.
Os portais conjuntos de negócios são justamente uma das alternativas que as indústrias e os varejistas descobriram para buscar essa diminuição nos gastos.
Felisoni acredita, no entanto, que empresas como a Transora e WWRE estão mais preocupadas em reduzir despesas de logísticas do que frear ou estimular descontos nos preços de mercadorias. "O mercado é quem dita o preço de um produto. Acordos entre fornecedores para criar preços mínimos não funcionam", afirma o economista.

Pequeno varejistas
Se há dúvidas sobre os motivos da criação de portais comunitários de concorrentes da indústria ou varejo, o certo é que os prejudicados com esses projetos são os pequenos comerciantes.
Eles não têm fôlego para pressionar fornecedores e podem perdem competitividade com a chegada dos novos tempos do comércio eletrônico.
Alguns empresários, como Edmundo Berensztajn, da Federed, decidiram investir em negócios para esse segmento. "Queremos representar 110 indústrias que trabalhem com supermercados com até nove caixas", afirma Berensztajn. O portal de indústrias, a ser batizado de Rede de Consumo, exigirá investimentos de R$ 14 milhões. Deve começar a operar em setembro. (LV)



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