São Paulo, sexta-feira, 21 de abril de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Empresa diz que teve lucro no Brasil

FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

Ray Young, presidente da GM do Brasil, informou que, após registrar anos de prejuízo, a companhia fechou o primeiro trimestre deste ano com lucro no país. O valor, porém, não foi revelado.
"O número é pequeno, mas é positivo", diz Young. A GM registra prejuízo nos negócios no Brasil desde 1998. Exceção foi o último trimestre de 2002, quando obteve lucro.
O melhor resultado da montadora no país, segundo Young, ocorreu porque a GM reduziu as exportações, elevou em cerca de 20% os preços dos carros vendidos no exterior, diminuiu os bônus oferecidos às revendas e reduziu custos de produção.
No primeiro trimestre deste ano, a GM faturou US$ 1,5 bilhão no país, 50% mais do que em igual período do ano passado.
Esse crescimento se deve à valorização do real em relação ao dólar e ao aumento de vendas no mercado interno, afirma Young.
A GM vendeu 90 mil unidades de janeiro a março deste ano, 27% mais do que em igual período do ano passado. "Esse crescimento ocorreu por causa do lançamento do novo Vectra e do crescimento do próprio mercado interno", afirma o presidente da GM.
O consumo de veículos no mercado interno no primeiro trimestre deste ano foi de 418 mil unidades, 13% maior do que o registrado em igual período de 2005. "Neste ano os bancos estão oferecendo mais prazo de financiamento do que em 2005."
No ano passado, segundo Young, os prazos de financiamento oferecidos pelas instituições financeiras eram de até 36 meses. Neste ano, vão até 60 meses.
As eleições para presidente, segundo Young, não preocupam a companhia, que vai manter os projetos de investimento já iniciados, como o de Gravataí (RS), de US$ 240 milhões, para produção do Celta e de um novo carro.
"Geralmente, um ano de eleição é um bom ano para a economia. Mas, para mantermos os investimentos de forma sólida no país, precisamos que a economia cresça no mínimo 5% ao ano por, no mínimo, cinco anos, e que a inflação seja menor do que 5% ao ano", afirma Young.
A GM, segundo ele, tem prontos dois projetos de investimentos para aprovar no país. "O Brasil precisa ter perspectiva de crescimento sustentado. Ainda não temos essas condições. Nosso resultado no primeiro trimestre foi um primeiro passo. Vamos acompanhar para ver se esse desempenho será consistente."
O presidente da GM no Brasil informa que a empresa brasileira teve desempenho parecido com a de filiais espalhadas por países da América Latina, do Oriente Médio e da África.
As vendas da montadora nessas três regiões cresceram 27%, em volume, no primeiro trimestre deste ano em relação a igual período do ano passado -o mesmo percentual registrado no Brasil.


Texto Anterior: Montadoras: General Motors tem prejuízo menor
Próximo Texto: Guerra do papel: Argentina nega gestão do Brasil na crise com Uruguai
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.