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GUERRA DO PAPEL
Argentina nega gestão do Brasil na crise com Uruguai
FLÁVIA MARREIRO
DE BUENOS AIRES
Em oposição aos movimentos
uruguaios para regionalizar a
chamada "guerra das papeleiras"
e angariar simpatias dos sócios do
Mercosul, o chanceler argentino,
Jorge Taiana, afirmou ontem que
se trata de um problema "exclusivamente bilateral" e que o presidente argentino, Néstor Kirchner,
jamais falou sobre o tema com
Luiz Inácio Lula da Silva.
A reação foi motivada pela
manchete do diário "Clarín" de
ontem: "Gestão secreta de Lula
pelas papeleiras". O texto narrava
o encontro de Lula com a presidenta finlandesa, Tarja Talonen,
em 6 de abril. Conforme publicou
a Folha no domingo, Lula falou
sobre a crise que envolve a empresa de celulose finlandesa Botnia.
Ontem, o Itamaraty divulgou
nota negando uma "pretensa
"gestão secreta'", mas afirmando
que o governo brasileiro tem conversado com vários envolvidos na
controvérsia, "como de hábito se
faz em assuntos de relevância".
A diplomacia brasileira admite
que a crise afeta o Mercosul uma
semana antes de o presidente Tabaré Vázquez viajar aos EUA, onde se reunirá com George W.
Bush para azeitar as relações comerciais entre os dois países.
O Uruguai se apóia nos prejuízos causados por bloqueios de
ambientalistas argentinos na
fronteira para pedir punição à Argentina no âmbito do Mercosul.
Para se defender da acusação de
que vai poluir a região, a Botnia
afirma que a unidade que constrói na uruguaia Fray Bentos usará a mesma tecnologia da fábrica
Veracel, inaugurada em 2005 na
Bahia. Financiada pelo BNDES, a
Veracel e tem capital brasileiro e
sueco-finlandês. A Botnia se recusa a interromper as obras, como
pede a Casa Rosada. O governo da
Finlândia afirmou que sua ministra de Comércio Exterior, Paula
Lehtomaki, não virá mais à Argentina na semana que vem por
não se sentir "bem-vinda".
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