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Leilão e obra só saem por apoio do governo, dizem especialistas
DA REPORTAGEM LOCAL
DA SUCURSAL DO RIO
Na opinião dos especialistas,
quem ganhou mesmo o leilão
para a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, no
Pará, foi o governo federal. Sem
os subsídios econômicos oferecidos pela administração de
Luiz Inácio Lula da Silva, a licitação nem sequer teria acontecido. E, além de fornecer apoio
financeiro, o Estado deverá
prover de ajuda técnica o consórcio Norte Energia para a
execução da obra da usina.
Após a saída de algumas empreiteiras do consórcio vencedor, restou um grupo de seis
construtoras, das quais a maioria não possui experiência em
empreendimentos do tamanho
e da complexidade de Belo
Monte, sob a liderança da
Chesf, que faz parte da holding
Eletrobras, controlada pelo governo federal.
"A estratégia do consórcio
será toda apoiada nos conhecimentos que as empresas do sistema Eletrobras têm da região", explica Nivalde de Castro, coordenador do Grupo de
Estudos do Setor Elétrico da
UFRJ (Universidade Federal
do Rio de Janeiro).
O financiamento de 80% da
obra oferecido pelo BNDES
(Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e
o desconto de 75% no Imposto
de Renda foram fatores de convencimento essenciais para as
companhias privadas entrarem
no negócio, dizem os analistas.
"O processo todo foi conduzido de maneira errada, na correria para sair em ano eleitoral.
Quem vai pagar a conta desse
pacote de bondades será o contribuinte", afirma Adriano Pires, diretor da consultoria
CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura).
(DENYSE GODOY e PEDRO SOARES)
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