São Paulo, quarta-feira, 21 de abril de 2010

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Leilão e obra só saem por apoio do governo, dizem especialistas

DA REPORTAGEM LOCAL
DA SUCURSAL DO RIO

Na opinião dos especialistas, quem ganhou mesmo o leilão para a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, foi o governo federal. Sem os subsídios econômicos oferecidos pela administração de Luiz Inácio Lula da Silva, a licitação nem sequer teria acontecido. E, além de fornecer apoio financeiro, o Estado deverá prover de ajuda técnica o consórcio Norte Energia para a execução da obra da usina.
Após a saída de algumas empreiteiras do consórcio vencedor, restou um grupo de seis construtoras, das quais a maioria não possui experiência em empreendimentos do tamanho e da complexidade de Belo Monte, sob a liderança da Chesf, que faz parte da holding Eletrobras, controlada pelo governo federal.
"A estratégia do consórcio será toda apoiada nos conhecimentos que as empresas do sistema Eletrobras têm da região", explica Nivalde de Castro, coordenador do Grupo de Estudos do Setor Elétrico da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).
O financiamento de 80% da obra oferecido pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e o desconto de 75% no Imposto de Renda foram fatores de convencimento essenciais para as companhias privadas entrarem no negócio, dizem os analistas.
"O processo todo foi conduzido de maneira errada, na correria para sair em ano eleitoral. Quem vai pagar a conta desse pacote de bondades será o contribuinte", afirma Adriano Pires, diretor da consultoria CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura). (DENYSE GODOY e PEDRO SOARES)


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