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São Paulo, quarta-feira, 21 de maio de 2003

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Vice-presidente volta a criticar BC sobre taxa

PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

No momento em que o Copom (Comitê de Política Monetária) está reunido para decidir de reduz ou mantém os juros, o vice-presidente da República, José Alencar, voltou a criticar a política mantida pelo Banco Central. Disse que tem faltado ao BC competência para negociar as taxas de juros, que ele considera que deveriam estar em torno de 17% e 18%, conforme repetiu na noite de ontem.
Em discurso durante congresso da Associação Mineira de Municípios, em Belo Horizonte, o vice-presidente disse: "Temos que ver a competência do Banco Central em negociar isso direito". Depois, questionado se estava faltando competência ao BC, Alencar respondeu: "Claro que está, nós não podemos de forma nenhuma aceitar isso".
Ele afirmou que não vai dizer o que o Copom deve fazer, mas foi duro ao dizer que as pessoas que compõem o comitê são "funcionários". "Não vou dizer se o Copom deve fazer isso ou aquilo. O pessoal do Copom é funcionário, nós fomos eleitos, temos responsabilidade perante o povo."
O vice de Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o que ele fala em público "é dito nas reuniões fechadas" com o presidente e com os integrantes do primeiro escalão do governo.
Evitou dizer o pensamento de Lula sobre isso, afirmando que a pergunta deveria ser feita a ele, mas falou que, se estivesse interinamente na Presidência, não repetiria em público o que tem dito.
Questionado, então, sobre o que faria se fosse o presidente, saiu-se com essa: "Se eu fosse o presidente, eu ficaria muito satisfeito por ter um vice que me alertasse como estou alertando. O Lula fala isso o que eu estou falando aqui". Alencar disse que é preciso falar para dar "respaldo" ao presidente e "para que o Brasil acorde e não vá como um boi para o matadouro".
No seu discurso, disse que conhece bem as suas atribuições como vice, mas que não pode se calar. "Se não tivermos coragem de defender nosso país, temos que pedir desculpas aos 175 milhões [de brasileiros] e voltar para casa".


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