São Paulo, quarta-feira, 21 de junho de 2000


Envie esta notícia por e-mail para
assinantes do UOL ou da Folha
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

CUSTO DE VIDA
Fipe revê taxa do mês em SP de 0,10% para 0,30%; serviços públicos devem elevar índice a partir de julho
Tarifas já começam a pressionar inflação

MAURO ZAFALON
DA REDAÇÃO

A taxa de inflação começa a mudar de patamar em São Paulo. Os alimentos estão com queda menor, os equipamentos eletrodomésticos continuam subindo e os remédios entraram na lista das pressões no bolso dos paulistanos.
Com isso, a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) registrou inflação de 0,20% na segunda quadrissemana deste mês e refez a previsão da taxa de junho de 0,10% para 0,30%.
A partir do próximo mês, a entidade espera uma aceleração ainda maior na inflação. Heron do Carmo, coordenador do IPC (Índice de Preços ao Consumidor) da Fipe, prevê taxas de 0,70% para julho e agosto. Nos cinco primeiros meses deste ano a inflação acumulada é de apenas 0,69%.
A má notícia para os paulistanos é o peso que as tarifas públicas devem representar nos seus gastos a partir de julho. A boa notícia, no entanto, é que os aumentos não devem ser tão fortes quanto os esperados, diz o economista da Fipe, desde que os demais reajustes fiquem próximos aos dos telefone (11%). A Fipe previa que o reajuste mínimo para as tarifas seria de 12%.
A taxa de inflação deve subir no início do segundo semestre porque as tarifas públicas têm forte influência no índice. Segundo a Fipe, de cada R$ 100,00 gastos pelos paulistanos, R$ 17,82 são com tarifas públicas. O primeiro aumento é o das tarifas telefônicas, de 11%. Isso representa 0,25 ponto percentual a mais na inflação. Esse aumento deve começar a aparecer no índice da Fipe a partir da segunda semana de julho.
Um aumento semelhante ao do telefone para energia elétrica elevaria a taxa de inflação em 0,44 ponto percentual. Já no caso da gasolina, 10% de reajuste pode representar 0,25 ponto.
Dois outros reajustes podem pesar no bolso dos paulistanos nos próximos meses: água e esgoto e transportes coletivos. No caso de água e esgoto, o aumento, se vier, deve ser pequeno. Em ano de racionamento e de eleições, o desgaste do governo seria muito grande com uma taxa elevada de reajuste, prevê Heron do Carmo.
No caso dos transportes coletivos, o aumento está muito incerto, devido à turbulência política vivida na Prefeitura de São Paulo.
Os principais aumentos de preços na segunda quadrissemana deste mês (últimos 30 dias terminados no dia 15), vieram de equipamentos eletrodomésticos (0,76%), alimentação fora do domicílio (0,51%), veículo próprio (0,60%), remédios (1,45%), roupa de mulher (2,25%) e roupa de homem (0,33%).



Texto Anterior: Desemprego vai a 18,7% da PEA em São Paulo
Próximo Texto: Governo pretende liberar alguns preços
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.