São Paulo, quarta-feira, 21 de junho de 2000


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MERCADO FINANCEIRO
Tesouro pode voltar a oferecer papéis pré com vencimento em um ano a partir da próxima terça
Cresce interesse por títulos do governo

DA REPORTAGEM LOCAL

A maior calma no cenário externo aumentou o interesse do mercado por títulos emitidos pelo governo brasileiro.
Em leilão realizado ontem, o Tesouro Nacional pagou juros máximos de 18,71% ao ano por R$ 1,5 bilhão em LTNs (papéis prefixados) com vencimento em sete meses.
Na semana passada, o mercado exigiu uma taxa anual de 19,38% para comprar títulos com as mesmas características.
Segundo Marcelo Saddi, diretor de renda fixa do BNP Asset Management, a queda nos juros foi consequência da recuperação do mercado norte-americano, com as Bolsas voltando a subir depois de sinais de desaquecimento da economia dos EUA.
Além disso, o equilibrado fluxo de dólares para o Brasil -que tem mantido a cotação da moeda estável- colaborou para a melhora no humor dos investidores.
A grande dúvida agora é se o Tesouro vai voltar a oferecer LTNs com vencimento em um ano, o que não acontece desde o dia 2 de maio. A interrupção ocorreu por causa das altas taxas de juros exigidas pelos investidores na compra desses papéis.
Saddi diz que, provavelmente, o Tesouro vai esperar o resultado das reuniões da Opep e do Fomc -o comitê de mercado aberto do Fed- para decidir se volta a ofertar as LTNs de um ano.
O secretário-adjunto do Tesouro, Rubens Sardenberg, não descarta a possibilidade de voltar a colocar esses títulos no mercado já a partir da próxima terça-feira.
Uma prova do aumento da confiança dos investidores é o comportamento dos títulos do governo no mercado secundário. No leilão realizado em 2 de maio, o Tesouro pagou juros anuais de 20,31% pelas LTNs ofertadas. Ontem, esses mesmos papéis eram negociados a uma taxa de 19,40%.
Outro sinal desse aumento da confiança é o sucesso da emissão de eurobônus realizada pelo governo brasileiro ontem.
O conjunto desses fatores também provocou um grande recuo nos juros futuros projetados pelos contratos negociados na BM&F. O DI de dezembro (taxa de novembro), o mais negociado da Bolsa, caiu de 19,47% para 19,04%. (NEY HAYASHI DA CRUZ)


Colaborou a Sucursal de Brasília


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