São Paulo, domingo, 21 de junho de 2009

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Tradição resiste em Nova York

JANAINA LAGE
DE NOVA YORK

Com o fim do pregão viva-voz em São Paulo, a Bolsa de Valores de Nova York será a única entre as maiores do mundo a manter a tradição. Na crise, aliás, ela foi revigorada.
Para Raymond Pellecchia, vice-presidente de comunicação corporativa da Nyse, a presença dos mais de mil operadores que trabalham no dia a dia do pregão ajudou a minimizar os efeitos da instabilidade do mercado para os investidores.
De acordo com Pellecchia, em momentos de incerteza, a presença do operador é um diferencial. Mark Otto, operador que acompanha os mercados asiáticos, concorda: "Um computador está programado para seguir padrões. Quando o mercado não está operando de maneira racional, é o instinto humano que faz a diferença".
Para concorrer com a tendência global de pregões inteiramente eletrônicos, os operadores trabalham com sistemas informatizados. Um passeio pelo salão mostra que já não há mais gritos de "compra" e "vende", mas olhares atentos a telas e cliques rápidos para a seleção dos negócios.
"O trabalho mudou, a automação é irreversível, mas ainda há espaço para o operador. É como um piloto no avião, você pode voar no automático, mas na hora da turbulência quer ter certeza de que há alguém lá para tomar as decisões", afirma Alan Valdes, que trabalha há 30 anos na Nyse.


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