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Tradição resiste em Nova York
JANAINA LAGE
DE NOVA YORK
Com o fim do pregão viva-voz em São Paulo, a
Bolsa de Valores de Nova
York será a única entre as
maiores do mundo a manter a tradição. Na crise,
aliás, ela foi revigorada.
Para Raymond Pellecchia, vice-presidente de
comunicação corporativa
da Nyse, a presença dos
mais de mil operadores
que trabalham no dia a dia
do pregão ajudou a minimizar os efeitos da instabilidade do mercado para os
investidores.
De acordo com Pellecchia, em momentos de incerteza, a presença do operador é um diferencial.
Mark Otto, operador que
acompanha os mercados
asiáticos, concorda: "Um
computador está programado para seguir padrões.
Quando o mercado não está operando de maneira
racional, é o instinto humano que faz a diferença".
Para concorrer com a
tendência global de pregões inteiramente eletrônicos, os operadores trabalham com sistemas informatizados. Um passeio
pelo salão mostra que já
não há mais gritos de
"compra" e "vende", mas
olhares atentos a telas e
cliques rápidos para a seleção dos negócios.
"O trabalho mudou, a
automação é irreversível,
mas ainda há espaço para
o operador. É como um piloto no avião, você pode
voar no automático, mas
na hora da turbulência
quer ter certeza de que há
alguém lá para tomar as
decisões", afirma Alan
Valdes, que trabalha há 30
anos na Nyse.
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