São Paulo, domingo, 21 de junho de 2009

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Empresários querem que estrada vire ponto turístico

DO ENVIADO ESPECIAL AO PERU

Abra Pirhyuani é o topo da Estrada do Pacífico, a 4.725 metros do nível do mar. Da rodovia nova e deserta avista-se a Ausangate, uma cordilheira de grandes montanhas cobertas com manto branco de neve.
O ar escasso prejudica esforços para subir até mirantes de onde se consegue avistar a rodovia serpenteando os Andes. O plano dos empresários que exploram o turismo de Cusco é transformar a própria Interoceânica em destino turístico. A estrada cruza regiões impressionantes, embora a observação de alguns lugares mais de perto provoque hostilidade por parte das comunidades locais.
O plano de transformar a Interoceânica num corredor para uso do Brasil não é algo que agrada aos próprios peruanos. "Não queremos ver caminhões e caminhões passando pela estrada rumo aos portos e voltando vazios", afirmou o governador de Cusco, Hugo Sayán.
A viagem começa pela planície amazônica, no sentido leste-oeste. A floresta avança até altitudes superiores a 2.000 metros do nível do mar. A zona chamada de selva alta tem relevo com grandes montanhas cobertas por uma densa floresta. Foi nessa região que ocorreram as filmagens de "Fitzcarraldo", do alemão Werner Herzog.
Avançando sobre a cordilheira, a paisagem muda. Sobre a vegetação rasteira, alpacas e vicunhas vagam pelo altiplano. Entre Cusco e Abancay, grandes rios de águas transparentes correm por entre pedras. A rodovia então sobe para a cidade de Puquio e inicia a descida das cordilheiras até Nazca, a 500 metros do nível do mar. Onde o deserto domina a paisagem. Setenta quilômetros adiante, avista-se o Pacífico.


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