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Alta do dólar compensará preço menor dos produtos exportados, diz Mantega
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A alta na cotação do dólar vai
compensar a queda nos preços
das commodities (produtos como minério, soja e café, com cotação internacional), fundamentais para o bom desempenho da balança comercial.
Essa avaliação foi feita ontem
pelo ministro Guido Mantega
(Fazenda) na reunião de coordenação de governo no Palácio
do Planalto, na qual o presidente Lula recomendou prudência
à sua equipe econômica.
Mantega fez ontem uma exposição dos efeitos da turbulência no mercado financeiro
internacional sobre a economia
brasileira. Um deles é exatamente o risco de a crise provocar uma desaceleração econômica no mundo e, com isso, reduzir o preço dos produtos exportados pelo Brasil.
O ministro disse ainda que
não é possível saber o impacto
da crise no desempenho da economia mundial, mas destacou
que até o momento o Brasil não
teve grandes perdas com as turbulências externas.
Na semana passada, já houve
queda nos preços das principais commodities exportadas
por empresas brasileiras, o que
poderia levar à redução do superávit comercial e, conseqüentemente, à diminuição na
entrada de dólares no país.
Mantega disse, porém, apostar
que a melhora na cotação do
dólar compensará a eventual
queda nos preços dos produtos
brasileiros exportados.
Durante a reunião, o presidente Lula recomendou à equipe econômica que "fale a mesma língua" e mantenha uma posição de prudência, evitando
tom de otimismo exagerado
que possa levar a uma interpretação de que o governo não está
monitorando a crise financeira
internacional. O presidente determinou a Mantega um acompanhamento diário da evolução
da crise.
Na avaliação do governo, o
país está mais aparelhado para
enfrentar as turbulências por
três motivos: 1) o crescimento
econômico está focado no mercado interno; 2) houve uma diversificação das exportações
brasileiras, que já não dependem tanto dos EUA; e 3) reforço das reservas internacionais,
na casa de US$ 160 bilhões.
Crise mais aguda
O presidente do BNDES
(Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social),
Luciano Coutinho, disse ontem
em São Paulo que uma crise
mais aguda nos mercados financeiros internacionais pode
prejudicar os setores exportadores brasileiros, principalmente porque os EUA são um
dos principais destinos das
vendas externas.
Para Coutinho, o Brasil não
tem completa imunidade diante de crise internacionais, mesmo com reservas de US$ 160 bilhões. Ele também afirmou que, "se houver uma supercrise, ninguém escaparia dos efeitos negativos".
Colaborou a Folha Online
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