São Paulo, terça-feira, 21 de agosto de 2007

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Alta do dólar compensará preço menor dos produtos exportados, diz Mantega

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A alta na cotação do dólar vai compensar a queda nos preços das commodities (produtos como minério, soja e café, com cotação internacional), fundamentais para o bom desempenho da balança comercial.
Essa avaliação foi feita ontem pelo ministro Guido Mantega (Fazenda) na reunião de coordenação de governo no Palácio do Planalto, na qual o presidente Lula recomendou prudência à sua equipe econômica.
Mantega fez ontem uma exposição dos efeitos da turbulência no mercado financeiro internacional sobre a economia brasileira. Um deles é exatamente o risco de a crise provocar uma desaceleração econômica no mundo e, com isso, reduzir o preço dos produtos exportados pelo Brasil.
O ministro disse ainda que não é possível saber o impacto da crise no desempenho da economia mundial, mas destacou que até o momento o Brasil não teve grandes perdas com as turbulências externas.
Na semana passada, já houve queda nos preços das principais commodities exportadas por empresas brasileiras, o que poderia levar à redução do superávit comercial e, conseqüentemente, à diminuição na entrada de dólares no país. Mantega disse, porém, apostar que a melhora na cotação do dólar compensará a eventual queda nos preços dos produtos brasileiros exportados.
Durante a reunião, o presidente Lula recomendou à equipe econômica que "fale a mesma língua" e mantenha uma posição de prudência, evitando tom de otimismo exagerado que possa levar a uma interpretação de que o governo não está monitorando a crise financeira internacional. O presidente determinou a Mantega um acompanhamento diário da evolução da crise.
Na avaliação do governo, o país está mais aparelhado para enfrentar as turbulências por três motivos: 1) o crescimento econômico está focado no mercado interno; 2) houve uma diversificação das exportações brasileiras, que já não dependem tanto dos EUA; e 3) reforço das reservas internacionais, na casa de US$ 160 bilhões.

Crise mais aguda
O presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Luciano Coutinho, disse ontem em São Paulo que uma crise mais aguda nos mercados financeiros internacionais pode prejudicar os setores exportadores brasileiros, principalmente porque os EUA são um dos principais destinos das vendas externas.
Para Coutinho, o Brasil não tem completa imunidade diante de crise internacionais, mesmo com reservas de US$ 160 bilhões. Ele também afirmou que, "se houver uma supercrise, ninguém escaparia dos efeitos negativos".


Colaborou a Folha Online


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