São Paulo, terça-feira, 21 de agosto de 2007

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outro lado

Banco diz que não recebeu notificação

DA AGÊNCIA FOLHA, EM LUNARDELLI

O Banco do Brasil informou que, até a última sexta-feira, não havia sido notificado pela CGU (Controladoria Geral da União) das "irregularidades mencionadas em operações de Pronaf".
Segundo o BB, que se pronunciou por meio de sua assessoria de imprensa, "qualquer ato que contrarie os normativos do banco é rigorosamente apurado e são tomadas as providências específicas cabíveis".
Em nota, a direção do Banco do Brasil afirma que o banco é parceiro dos agricultores e o principal agente financeiro do Pronaf. E cita números para provar o seu "compromisso com a agricultura familiar brasileira".
Segundo o documento, mais de dois terços dos recursos aplicados no programa são via BB. Com saldo em carteira de R$ 12,5 bilhões na agricultura familiar, o banco tem 1,050 milhão de contratos realizados por cerca de 2.700 agências.
A nota da direção do BB, em resposta aos questionamentos da Folha, não menciona nenhuma das irregularidades constatadas pela CGU ou pela reportagem no município de Lunardelli, no Paraná.
O gerente regional do BB em Maringá (norte do Paraná), Sebastião Santana Lima, disse que não poderia, por respeito ao sigilo bancário, comentar situações específicas de agricultores de Lunardelli.
Os contratos do Pronaf dos agricultores de Lunardelli foram feitos na agência BB de São João do Ivaí, subordinada à regional de Maringá.
Lima afirmou que a exigência de reciprocidade é proibida pelo banco. "Nós orientamos nossos gerentes e colaboradores a oferecer os serviços e produtos do banco, mas a venda "casada" ou exigência de reciprocidade é terminantemente proibida", afirmou o gerente.
Segundo Lima, a agência de São João do Ivaí atendeu, na última safra de verão, 522 agricultores familiares, com a efetivação de 581 contratos -um agricultor pode pegar mais de um empréstimo-, inclusive os de agricultores de Lunardelli.
"Desse total, apenas 39 produtores têm algum tipo de produto do banco, em uma prova que não houve irregularidades", disse.
O banco não se pronunciou sobre o não uso ou divulgação da conta governamental em empréstimos do Pronaf.

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