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Empréstimo do BNDES à Petrobras aumenta dívida
Emissão de R$ 25 bi em títulos viabilizou crédito do banco para a petrolífera
Dívida pública chega a
R$ 1,457 tri, mas teria caído
em julho se não fosse a
operação; recuo do dólar
reduz endividamento externo
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A dívida pública federal teria
ficado R$ 2,5 bilhões menor em
julho se não fosse a emissão de
R$ 25 bilhões em títulos do Tesouro Nacional para capitalizar
o BNDES, viabilizando um empréstimo do banco à Petrobras.
Dessa forma, mesmo com o
resgate de R$ 49,63 bilhões em
papéis, o total de emissões (R$
63,74 bilhões) e a contabilização de juros (R$ 8,35 bilhões)
elevaram o endividamento público em R$ 22,48 bilhões em
julho, para R$ 1,457 trilhão.
Os títulos lançados na operação para financiar a companhia
são atrelados à taxa básica de
juros (Selic) e têm vencimento
entre 2013 e 2015. Segundo o
coordenador-geral de Operações da Dívida, Fernando Garrido, a Petrobras já recebeu os
papéis passados ao banco e deve vendê-los no mercado de
forma gradual. Apesar de a
transferência dos recursos ter
sido por meio de títulos, o pagamento do empréstimo ao
BNDES será em dinheiro.
Essa foi a terceira emissão do
Tesouro no ano para ampliar a
capacidade de concessão de
crédito do BNDES em razão da
crise financeira global, conforme anunciado ainda em janeiro
pelo governo. Em março, foram
emitidos R$ 13 bilhões em títulos prefixados (já resgatados), e,
em junho, outros R$ 26 bilhões
em papéis de diversas modalidades, que também tiveram
impacto na dívida. A instituição
ainda pode receber até R$ 36
bilhões em 2009, alcançando o
limite de R$ 100 bilhões.
Com a capitalização, o componente dos títulos em poder
do público atrelado à taxa básica de juros subiu de 34,80% para 36,92%. Outras parcelas importantes dos papéis têm remuneração prefixada (28,6%)
ou medida pela variação da inflação (27,6%). O restante é indexado à TR (1,3%) e ao câmbio
(7,4%). "Acreditamos que chegaremos ao fim do ano cumprindo as metas na composição
da dívida", disse Garrido.
Fonte de preocupação para o
exportadores, a valorização do
real ajudou a diminuir a parcela
da dívida pública correspondente à conta externa. Além do
efeito do câmbio, o abatimento
de R$ 2,51 bilhões em resgates e
pagamentos de juros fez o endividamento externo recuar 4,9%
no mês passado, para R$ 107,20
bilhões. Com o resultado, a participação dessa parte da dívida
do total caiu 0,5 ponto percentual, para 7,36%.
A Secretaria do Tesouro Nacional também anunciou a renegociação de operações com o
Banco Mundial e o BID (Banco
Interamericano de Desenvolvimento), que resultará em uma
economia de US$ 77,56 milhões em pagamento de juros
até o vencimento desses contratos, em até oito anos. O acordo prevê a conversão das taxas
variáveis desses contratos, que,
somados, chegam a US$ 3,6 bilhões, para uma prefixada, de
menor risco e mais barata.
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