São Paulo, sexta-feira, 21 de agosto de 2009

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Sob efeito da gripe, México tem maior retração desde 81

Menor demanda dos EUA também influencia na queda de 10,3% do PIB no 2º tri

Economia da Venezuela encolhe após 22 trimestres seguidos de expansão; Taiwan e Noruega têm sinais de melhora


DA REDAÇÃO

Os problemas enfrentados pelos vizinhos Estados Unidos e os efeitos na economia local pela gripe A (H1N1) derrubaram a economia mexicana mais fortemente do que na crise vivida pelo país em 1995.
O PIB mexicano caiu 10,3% no segundo trimestre na comparação com o mesmo período do ano passado, a maior queda desde pelo menos 1981, quando o atual levantamento teve início. Nos primeiros três meses deste ano, a segunda maior economia da América Latina já havia recuado 8%.
A queda do PIB mexicano é em grande parte resultado da recessão dos EUA, que compra cerca de 80% das exportações do país vizinho. A menor demanda americana foi sentida em setores como indústria, que teve queda de 16,4% em relação a abril a junho do ano passado. Outro setor que também teve contração foi o de construção civil, cujo PIB recuou 9,2%.
A gripe suína, que teve seus primeiros casos no México divulgados exatamente no segundo trimestre, também teve impacto na queda recorde do PIB. O setor de atividades terciárias (comércio, turismo, transporte etc.) registrou um recuo de 10,4%, ante contração de 7,6% entre janeiro e março.
No entanto, na comparação com o trimestre anterior, a economia mexicana sinaliza que o pior já passou -movimento similar aos de outras grandes economias. O PIB no segundo trimestre caiu 1,1% em relação aos três meses anteriores, quando se retraiu em 5,8%.
Ainda assim, a economia mexicana não deve escapar de uma grande queda neste ano. O presidente Felipe Calderón disse nesta semana que o PIB do país deve cair entre 7% e 8%.
Se a economia mexicana começa a dar sinais, ainda que tímidos, de melhora, a da Venezuela foi no caminho contrário. O PIB se contraiu em 2,4% de abril a junho ante o mesmo período em 2008, encerrando o ciclo de 22 trimestres consecutivos de crescimento. Na comparação com o primeiro trimestre, houve alta de 6,2%, mas isso se explica porque o resultado do início do ano foi muito ruim: queda de 16%.
Para o BC do país, a queda foi provocada pela menor produção de petróleo (decorrente de acordo feito pela Opep para tentar elevar o preço do barril) e "a menor disponibilidade de insumos importados".
Já Noruega e Taiwan continuam em recessão, mas também dão sinais de melhora.


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