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Saldo da poupança aumenta 16%, mas o cenário de ganho é incerto
DA REPORTAGEM LOCAL
Os investidores que fugiram para a poupança desde maio, quando começou a crise dos fundos de
investimento, devem analisar se
essa é a melhor aplicação para seu
dinheiro em um cenário de inflação alta, como o projetado.
O saldo dos recursos aplicados
em cadernetas aumentou 15,75%
neste ano, até setembro, totalizando um patrimônio de R$ 137,3 bilhões (leia quadro). A poupança é
remunerada pela TR (Taxa Referencial), que é a média das taxas
dos CDBs (Certificados de Depósitos Bancários) prefixados, mais
6% de juros ao ano.
Em um cenário de inflação mais
alta, os juros tendem a subir, como ocorreu na semana passada.
"O problema da poupança é que
quando aumenta a Selic, essa alta
dos juros demora 15 dias para ser
transferida para a TR", diz Décio
Tenerello, presidente da Associação Brasileira das Empresas de
Crédito Imobiliário e Poupança.
Ou seja, o rendimento fica defasado nesse período. "Pode até ocorrer de a inflação, em um dado momento, ser maior que o rendimento da poupança."
Tenerello admite que a tradicional caderneta não é um produto
financeiro competitivo. "Hoje, fica distante de outros produtos cujos rendimentos são prefixados."
Para Marcello Paixão, diretor de
produtos da Max Blue, ainda não
dá para prever qual será a inflação
em 2003, mas "seis meses após a
eleição, a tendência será de queda
dos juros". Se isso ocorrer, a perda que a poupança teve agora,
com a defasagem em relação à
TR, será compensada, pois ela ficará 15 dias com uma taxa maior
do que as que passarem a vigorar
no mercado de CDBs prefixados.
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