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Marca será mantida,
diz dirigente do banco
LEONARDO SOUZA
ENVIADO ESPECIAL AO RIO
O presidente do Santander no
Brasil, Gabriel Jaramillo, deu duas
notícias ontem na Bolsa do Rio,
após o término do leilão, que talvez diminuam o desânimo dos
funcionários do Banespa, que temem demissões em massa.
A primeira é que as operações
do Banespa permanecerão separadas das do Santander e que a
marca do banco paulista será
mantida.
A segunda é que o Santander
não pretende fechar agências.
"Ninguém compraria um banco
como o Banespa para fechar
(agências), mas para fazer coisas.
Nós vamos crescer com o Banespa", afirmou Jaramillo.
Manter o Banespa como instituição independente não significa
que não haverá cortes de pessoal,
mas o número de funcionários
que serão aproveitados tende a
ser bem maior do que se o banco
fosse incorporado ao Santander.
"A marca Banespa sempre esteve fortemente associada à história
e ao desenvolvimento de São Paulo. Por isso, o Banespa vai continuar a operar de forma independente", afirmou. "Em nossa opinião, o Banespa é a melhor marca
bancária do país, e nós vamos
conservá-la."
"Preço correto"
Para Jaramillo, a oferta feita pelo
Banespa não foi alta, mesmo tendo representado ágio de 281,02%.
O preço mínimo era de R$ 1,85 bilhão. O Santander pagará R$ 7,05
bilhões por 30% do capital do
banco. "Para nós, foi o preço correto. Estamos muito contentes
por ter pago esse valor, independentemente de os outros competidores terem feito ofertas mais
baixas", afirmou.
O ágio foi alto, mas há grandes
"descontos" que podem ser aproveitados pelo Santander. A lei permite que os gastos com ágio possam ser abatidos do IR.
O ágio para efeito de abatimento do IR é calculado sobre o valor
patrimonial do bloco de ações. Segundo Tomás Awad, do Chase
Manhattan, o valor patrimonial
dos 30% do capital do Banespa
adquiridos pelo Santander é de
aproximadamente R$ 1,35 bilhão.
A diferença (o ágio) para o preço a
ser pago ficou em R$ 5,7 bilhões.
Como o IR é de cerca de 30%, o
desconto sobre o ágio pode ser ficar em torno de R$ 1,7 bilhão. Isso
sem contar outros créditos tributários que irão com o banco, cujo
valor é difícil precisar.
Esse desconto, no entanto, depende de lucro, assim como os
outros tipos de créditos tributários. Por isso, não é fácil ser abatido de uma única vez, pois estará
sempre limitado a 30% do lucro
por exercício. Normalmente, os
bancos utilizam esses abatimentos ao longo de alguns anos. Ou
então, fazem aumento de capital
no banco comprado. Assim, podem gerar alto lucro e, consequentemente, maior abatimento.
Jaramillo não quis adiantar como serão usados os créditos tributários que vêm com o Banespa.
"Esperamos ganhar muito dinheiro e poder usar os créditos
tributários", disse.
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