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Em 3º, Santander alcança objetivo
DA REPORTAGEM LOCAL
O Santander alcançou seu objetivo. Desde que começou sua investida na América Latina, em
meados da década passada, o
banco espanhol falava em se tornar uma potência regional, uma
das três maiores instituições financeiras em cada um dos países
em que está presente.
Com a compra do Banespa, o
Santander subiu da 5ª para a 3ª
posição entre as maiores instituições financeiras privadas brasileiras. O banco mais do que dobrou
o volume de ativos -de R$ 26 bilhões para R$ 54,6 bilhões.
Em escala latino-americana, o
banco ganhou poder só comparável com seu rival espanhol, o
BBVA. O Santander administra,
agora, 10,4% de todo o dinheiro
que os latino-americanos depositam nos bancos. É uma bolada de
US$ 91,7 bilhões nos cofres do
Santander.
O banco está presente em 12
países latino-americanos e atende
mais de 22 milhões de clientes, em
mais de 3.000 agências. Gabriel Jaramillo, presidente do banco no
Brasil, quer mais.
"Normalmente, essa é uma posição de partida, como um dos
grandes jogadores do Brasil. Estamos abertos a estudar outras possibilidades", disse Jaramillo. Os
analistas financeiros levam o comentário a sério.
"Os bancos espanhóis têm pouco espaço para crescer na Europa.
Também não podem comprar
muitos bancos por lá porque já há
uma grande concentração bancária e esbarram nas agências que
regulam a competição. Por isso,
eles são tão agressivos na América
Latina", diz Bruno Zaremba, analista financeiro do banco Pactual.
Muitos analistas financeiros espanhóis consideram a aposta latino-americana muito arriscada. O
próprio Banco de España (Banco
Central espanhol) faz ressalvas à
estratégia, uma vez que a economia latino-americana volta e meia
é abalada por alguma crise. Ontem, as ações do banco caíram
6,86% em Madrid com o anúncio
da compra do Banespa.
Mas, apesar das restrições, o
Santander tem dobrado sua aposta e usado o poder de fogo que
conquistou na América Latina como arma em suas negociações na
Europa. No ano passado, o Santander se associou a outro espanhol, o Centro Hispano, e se tornou um dos maiores bancos europeus em valor de mercado.
Hoje, o banco tem músculos para exibir a eventuais parceiros europeus, como os grandes bancos
holandeses, ingleses e alemães,
tradicionalmente muito mais poderosos do que os espanhóis.
O Banco Santander Central Hispano (BSCH), como é conhecido
na Espanha, está presente atualmente em 37 países, tem 32 milhões de clientes e 9.620 agências.
O banco é comandado por Emilio Botín, que divide a presidência
com José María Amusátegui, que
era presidente do Central Hispano antes da fusão. Botín ainda é o
grande executivo do BSCH, mas
está se preparando para passar o
comando para Amusátegui.
Durante a fusão, Botín teve de
aceitar a saída de sua filha, Ana,
do Santander. Ana é uma das
principais defensoras da estratégia de crescimento na América
Latina. Embora tenha muito poder, Emilio teve de ceder porque
queria a fusão e não é o dono do
banco.
O BSCH é uma empresa pulverizada entre um punhado de acionistas, espanhóis e estrangeiros.
Um dos principais é o grupo português Chaupalimaud, que foi dominante em Portugal até a chamada Revolução dos Cravos
(1974), quando foi expropriado e
se exilou no Brasil.
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