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Se direção do sindicato não for recebida por dirigentes do banco espanhol, paralisação começará no dia 28
Bancários ameaçam Santander com greve
MAFALDA AVELAR
DA REPORTAGEM LOCAL
Os funcionários do Banespa já
começaram a se manifestar contra a privatização.
Em assembléia geral realizada
ontem após o leilão que decretou
a venda do Banespa ao Santander,
os banespianos aprovaram greve
geral por tempo indeterminado
caso não sejam recebidos pela direção do Santander.
Aprovaram ainda o atraso progressivo de 15 minutos por dia na
abertura das agências. Hoje, as
agências vão começar a funcionar
15 minutos mais tarde (às 10h15).
Em principio, a greve geral deve
começar a partir do dia 28 deste
mês (terça-feira). A confirmação
sairá na quinta-feira, dia da próxima assembléia geral.
Apesar da indefinição em relação à data, o presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo,
João Vaccari Neto, garantiu à Folha que se não forem recebidos
pelo Santander entrarão em greve
por tempo indeterminado.
Os funcionários do Banespa estão preocupados com a venda do
banco aos espanhóis. Demissões e
fechamento de agências são as
principais preocupações.
Ontem, enquanto ocorria o leilão, as agências do banco estiveram fechadas. Os bancários usaram faixas escritas com "não à
privatização".
Para Vaccari, a situação é preocupante, pois o Santander é uma
instituição privada e estrangeira.
"Querem levar o sangue dos
bancários brasileiros para a Europa, e não vamos deixar", disse.
Segundo Vaccari, a experiência
passada de negociações com o
Santander é "ruim".
O Santander, que no passado
comprou o Noroeste e o Geral do
Comércio, sempre se mostrou
muito "difícil" na hora de negociar". O presidente do sindicato
lembra que, na época, os bancários tiveram de fazer greve por
três dias para serem ouvidos.
Brinde
"Não houve leilão. Existiu um
acerto onde o Santander foi brindado com um presente chamado
Banespa", disse Vaccari.
Quem também tem essa opinião é Wagner de Castro, presidente do Sindicato dos Bancários
do ABC. Para Castro, as diferenças de lances "são muito estranhas" e indicam que existiu algum nível de conversação nos
bastidores.
Eduardo Rondino, presidente
da Associação dos Funcionários
do Banespa, foi ainda mais incisivo, ao afirmar que "se esse leilão
valer, então a lei não vale".
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