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Arrecadação recorde garante o cargo
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Titular do cargo desde o início
do primeiro mandato do presidente Fernando Henrique Cardoso, o secretário da Receita Federal,
Everardo Maciel, conquistou o
apoio da equipe econômica do
governo com os sucessivos recordes de arrecadação alcançados
nos últimos anos.
Pernambucano de Pesqueira,
Everardo também é ligado ao PFL
do Estado, o que lhe rende apoio
político. Tem inclusive uma relação de parentesco (embora distante) com o vice-presidente da
República, Marco Maciel.
Ele gosta de polemizar para testar os argumentos de seu interlocutor. Depois que o acusaram de
enterrar a reforma tributária, disse que o debate sobre o assunto
havia ficado muito político e pouco técnico. Os políticos disseram
que o secretário tinha medo de
perder arrecadação se a reforma
fosse realizada.
No mês passado, Paulo Kliass,
então secretário de Previdência
Complementar, acabou exonerado depois de criticar as declarações de Everardo a favor da taxação dos fundos de pensão.
Kliass saiu atirando, mas Everardo se limitou a dizer que não
havia divergências no governo sobre o assunto.
Ainda este ano, Everardo também se envolveu em um debate
pela imprensa com o presidente
do Banco Central, Armínio Fraga.
Fraga defendia a extinção da
CPMF (imposto do cheque) para
as aplicações feitas nas Bolsas de
Valores.
Em seguida, Everardo divulgou
um estudo para mostrar como a
CPMF é um bom instrumento para tributar a renda que não passa
pelo mercado formal.
No ano passado, Everardo conseguiu arrecadar cerca de R$ 7 bilhões extras com duas medidas
elaboradas por sua equipe.
"Milagres" como esse renderam
ao secretário o acesso direto a
FHC. No início da discussão sobre
o aumento do salário mínimo, o
presidente chegou a testar a repercussão de algumas idéias do
secretário sobre o fim das deduções do Imposto de Renda da pessoa física.
As idéias não prosperaram. Na
prática, porém, essas deduções
vêm sendo reduzidas desde 96
porque não sofreram correção de
lá para cá.
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