São Paulo, terça-feira, 21 de novembro de 2000

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TRABALHO
Várias categorias não fecharam acordo; na Panasonic, houve prisões
Reajuste é incógnita para 110 mil

ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Cerca de 110 mil trabalhadores não têm hoje a menor idéia de quanto receberão de reajuste salarial neste ano. Esses empregados, que pertencem a diferentes categorias profissionais, têm data-base em novembro, mas as negociações com os patrões ainda patinam e podem parar na Justiça.
O número é o dobro do total de metalúrgicos de montadoras que, na semana passada, conseguiram vitória no Tribunal Regional do Trabalho. A Justiça obrigou as companhias a dar reajuste de 10% a 55,5 mil empregados do setor.
Várias negociações entre empresas e a CUT ainda estão emperradas. Há 100 mil trabalhadores do chamado grupo oito (das empresas de máquinas e eletrônicos) que não entraram em acordo com os patrões. A central sindical e as indústrias do grupo dez (G-10), que engloba os segmentos de lâmpadas e lustres, entre outros, também não não avançaram nas conversas. Esses setores empregam 30 mil pessoas no Estado.
Em ambos os casos, a CUT quer 10%, mas as empresas oferecem 8% de reajuste salarial. Cerca de 20 mil dos 100 mil empregados ligados ao G-10 já fecharam acordos com base nos 10%.
Enquanto isso, os trabalhadores continuam fazendo greves pontuais no Estado. Cerca de 600 funcionários da Panasonic cruzaram os braços ontem, em São José dos Campos (SP). Sindicalistas e Polícia Militar entraram em confronto em frente à unidade e três sindicalistas foram presos. Cerca de 60 PMs estavam no local. Houve pancadaria e empurra-empurra. A PM usou cassetetes e gás pimenta e teria tentado forçar os empregados a voltar ao trabalho. Ericsson, Solectron, Hitachi e Parker, no Vale do Paraíba, estão em estado de greve.


Colaboraram as Regionais



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