São Paulo, terça-feira, 21 de novembro de 2000

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TAXA SELIC
Copom deve ser cauteloso
Mercado diz que juros continuam em 16,5%

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O Comitê de Política Econômica (Copom) se reúne entre hoje e amanhã para realizar sua reunião mensal com tendência a manter inalterada a taxa básica de juros da economia (Selic), que está em 16,5% ao ano.
O viés, atualmente neutro -sem definir tendência de queda ou alta-, também deve ser mantido. Essa avaliação é unânime entre os analistas ouvidos pela Folha sobre o resultado da reunião do Copom.
A crise político-econômica da Argentina, ainda sem resolução concreta, é o principal motivo apontado para fazer com que o Copom seja cauteloso.
"O Banco Central não teria tranquilidade para baixar os juros agora e, de repente, não se confirmar o pacote de ajuda à Argentina", afirma André Lóes, economista-chefe do Santander.
Segundo o economista, se o socorro à Argentina for confirmado pelo Fundo Monetário Internacional em breve -e atingir as expectativas do mercado em relação a tamanho e prazos-, o BC pode realizar uma mudança na taxa Selic na reunião de dezembro.
Odair Abate, economista-chefe do Lloyds TSB, diz que não é só a economia argentina que preocupa.
"O ambiente internacional continua duvidoso. A questão dos preços do petróleo, citado nas duas últimas reuniões como fator para a manutenção da Selic, se mantém."
Abate afirma que o resultado da privatização do Banespa foi um fato positivo em relação ao câmbio e que a queda da inflação notada nas últimas semanas pode reforçar a retomada de baixa da taxa básica em breve.
Na opinião de Carlos Kawall, economista-chefe do Citibank, "houve uma evolução com as preocupações em relação à Argentina, mas o Banco Central ainda deve atuar com cautela".
"Na nossa visão, a taxa básica vai ser mantida neste ano", diz Kawall.



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