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Mantega diz que estudará proposta de Gerdau
Alan Marques - 12.dez.05/Folha Imagem
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Jorge Gerdau, que apresentou proposta sobre a Previdência |
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro Guido Mantega
(Fazenda) foi irônico ao comentar as propostas apresentadas pelo empresário e candidato a ministro da área econômica, Jorge Gerdau, para reduzir o déficit da Previdência Social.
"Quero estudar essas medidas. Se elas são eficazes, será a
descoberta da América", disse
Mantega, minutos antes de se
reunir com o ministro Nelson
Machado (Previdência) para
avaliar o estudo.
Gerdau entregou ao presidente Lula, na sexta-feira, um
trabalho elaborado pelo consultor e especialista em gestão
Vicente Falconi que seria capaz
de garantir economia de R$ 50
bilhões à Previdência em três
ou quatro anos. Falconi foi consultor do governador Aécio Neves (PSDB-MG) no programa
de ajuste das contas do Estado.
A Previdência tem despesas
estimadas em R$ 165 bilhões
para 2006. Como não arrecada
o suficiente para cobrir as aposentadorias pagas, o déficit deve chegar a R$ 41 bilhões ao final do ano.
As propostas de Gerdau equivaleriam, portanto, a uma economia de pouco menos de um
terço nos gastos previdenciários num curto período.
Mantega não quis detalhar
que medidas são recomendadas por Falconi em sua proposta. Ele afirmou que, apesar de
haver recebido cópia do trabalho na sexta-feira, dera apenas
"uma folheada". "[O Falconi] é
uma pessoa respeitável. Acredito que, pelo menos, uma parte das sugestões que está fazendo tenham sentido importante
na gestão", avaliou o ministro.
De acordo com Mantega, a
prioridade do governo não é
discutir uma nova reforma na
Previdência que, por exemplo,
estabeleça uma idade mínima
para as aposentadorias por
tempo de contribuição.
Ele garantiu que vai se concentrar em analisar o estudo
apresentado por Gerdau. O ministro Nelson Machado não
quis comentar o estudo.
O empresário é cotado por
Lula para integrar o ministério
do segundo mandato. Gerdau já
avisou ao presidente que não
quer ser ministro do Desenvolvimento, no lugar de Luiz Fernando Furlan, mas ele ainda é
cotado para o Planejamento e
até mesmo o Ministério da Fazenda, no lugar de Mantega.
Entre as medidas que o governo discute na área da Previdência Social está a possibilidade de cobrar parte da contribuição patronal sobre o faturamento das empresas e não apenas com base na folha de pessoal, como é hoje.
Outra idéia prevê a desvinculação do piso dos benefícios do
INSS do salário mínimo. Durante a campanha eleitoral, Lula havia descartado essa proposta.
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