São Paulo, terça-feira, 21 de novembro de 2006

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Mantega diz que estudará proposta de Gerdau

Alan Marques - 12.dez.05/Folha Imagem
Jorge Gerdau, que apresentou proposta sobre a Previdência


DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro Guido Mantega (Fazenda) foi irônico ao comentar as propostas apresentadas pelo empresário e candidato a ministro da área econômica, Jorge Gerdau, para reduzir o déficit da Previdência Social.
"Quero estudar essas medidas. Se elas são eficazes, será a descoberta da América", disse Mantega, minutos antes de se reunir com o ministro Nelson Machado (Previdência) para avaliar o estudo.
Gerdau entregou ao presidente Lula, na sexta-feira, um trabalho elaborado pelo consultor e especialista em gestão Vicente Falconi que seria capaz de garantir economia de R$ 50 bilhões à Previdência em três ou quatro anos. Falconi foi consultor do governador Aécio Neves (PSDB-MG) no programa de ajuste das contas do Estado.
A Previdência tem despesas estimadas em R$ 165 bilhões para 2006. Como não arrecada o suficiente para cobrir as aposentadorias pagas, o déficit deve chegar a R$ 41 bilhões ao final do ano.
As propostas de Gerdau equivaleriam, portanto, a uma economia de pouco menos de um terço nos gastos previdenciários num curto período.
Mantega não quis detalhar que medidas são recomendadas por Falconi em sua proposta. Ele afirmou que, apesar de haver recebido cópia do trabalho na sexta-feira, dera apenas "uma folheada". "[O Falconi] é uma pessoa respeitável. Acredito que, pelo menos, uma parte das sugestões que está fazendo tenham sentido importante na gestão", avaliou o ministro.
De acordo com Mantega, a prioridade do governo não é discutir uma nova reforma na Previdência que, por exemplo, estabeleça uma idade mínima para as aposentadorias por tempo de contribuição.
Ele garantiu que vai se concentrar em analisar o estudo apresentado por Gerdau. O ministro Nelson Machado não quis comentar o estudo.
O empresário é cotado por Lula para integrar o ministério do segundo mandato. Gerdau já avisou ao presidente que não quer ser ministro do Desenvolvimento, no lugar de Luiz Fernando Furlan, mas ele ainda é cotado para o Planejamento e até mesmo o Ministério da Fazenda, no lugar de Mantega.
Entre as medidas que o governo discute na área da Previdência Social está a possibilidade de cobrar parte da contribuição patronal sobre o faturamento das empresas e não apenas com base na folha de pessoal, como é hoje.
Outra idéia prevê a desvinculação do piso dos benefícios do INSS do salário mínimo. Durante a campanha eleitoral, Lula havia descartado essa proposta.


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