São Paulo, terça-feira, 21 de novembro de 2006

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Mercado Aberto

@ - Guilherme Barros

Governo estuda desonerar setores populares

Depois das críticas feitas pelo presidente Lula às propostas apresentadas para o segundo mandato na reunião da semana passada, a equipe econômica do governo decidiu aprimorar estudos com o objetivo de formular medidas capazes de alavancar o desenvolvimento do país. O recado de Lula foi claro. Só o corte de despesas não seria suficiente para garantir o crescimento de 5% ao ano, marca que ele pretende imprimir no segundo mandato.
Diante dessa determinação, a equipe do governo passou a se debruçar sobre o estudo de medidas que tenham impacto na economia no curto prazo. Entre elas, a de cortar impostos (IPI e PIS/Cofins) de setores que tenham essa capacidade.
Os segmentos eleitos, pelo menos até agora, foram aqueles ligados a bens populares, como o de alimentos, habitação, vestuário e calçados. A idéia é que, ao estimular esses setores, seria aberto espaço para a sociedade aumentar o consumo em outras áreas.
Segundo um membro da equipe econômica, essa desoneração de impostos não poderia ser estendida a muitos setores, até porque o alcance seria restrito. Não adiantaria, por exemplo, na sua opinião, baixar impostos de bens como iates ou imóveis de luxo, que teriam um impacto limitado sobre a economia. Os setores beneficiados serão aqueles que tenham poder de alavancar o crescimento.
O governo não acha que essa estratégia desenvolvimentista guarda semelhanças com o modelo de política industrial adotado nos anos 70, quando alguns setores foram eleitos para fincar as bases do crescimento do país. Esses setores tiveram direito a crédito barato e uma série de benefícios fiscais.
A diferença básica em relação àquele período é que, agora, a preocupação é com o curto prazo, enquanto, há 30 anos, o objetivo era fincar as bases para o crescimento a longo prazo.
Não são só medidas de desoneração de impostos que estão sendo estudadas pelo governo. A proposta de contenção de despesas não foi abandonada. Não se prevê corte de gastos, e sim uma espécie de congelamento, que, dependendo do crescimento da economia, acaba resultando em uma redução da despesa em relação ao PIB. E é por isso que é tão importante para o governo fazer com que o país cresça 5% neste ano.
A equipe econômica também estuda medidas para aumentar o investimento público com a redução das despesas com custeio. Uma das prioridades definidas por Lula na reunião de semana passada foi a área de saneamento, cujos investimentos são travados por imposições legais, como a Lei de Responsabilidade Fiscal. A idéia é buscar brechas para destravar os investimentos no setor.

EM CAMPO
A tendência de investimentos em esporte será discutida no Encontro de Marketing Esportivo: Conceito Estratégia e Patrocínio, do Senac São Paulo, no dia 28. Entre os palestrantes, estão a ex-jogadora Magic Paula e o presidente da Informídia Pesquisas Esportivas, Antônio Lauletta.

NO PRATO
Com a expectativa de crescimento nas vendas de 30% ao ano, a Nestlé lançou as sopas Maggi Bem Estar Profissional. No ano passado, as vendas de produtos funcionais cresceram 36%. Somada às vendas de produtos diet e light, a alimentação saudável gira mais de R$ 8 bilhões ao ano.

PAPAI NOEL
Para vender os 23 apartamentos do edifício de luxo Metropolitan, em frente ao parque Ibirapuera (SP), a Tishman Speyer está fazendo promoção "teaser" com 500 paulistanos, em que dá convites para a cerimônia de iluminação da árvore do Rockefeller Center (NY), na área VIP da empresa.

NO CAIXA
A Partner Conhecimento reunirá, na quarta, em São Paulo, representantes de BC, Bradesco, HSBC, Caixa e outros para discutir o desenvolvimento dos correspondentes bancários. O número de correspondentes no país, cerca de 90 mil pontos, superou em cinco vezes o volume de agências bancárias.

TURISMO SUSTENTÁVEL
Porto Alegre receberá na próxima semana, a partir do dia 29, empresários e representantes de mais de 40 países. O objetivo é discutir, por meio do turismo, o desenvolvimento econômico e social, a valorização da diversidade cultural, a preservação da biodiversidade e a paz, nos quatro dias do Fórum Mundial de Turismo para a Paz e Desenvolvimento Sustentável, o Destinations 2006. "O turismo vai bem no Brasil, crescendo bastante, mas ainda está em 50% do seu potencial", diz Sergio Foguel, idealizador e presidente do fórum. "O turismo tem condições de atender os jovens que ingressam no mercado de trabalho", afirma. Durante o evento, serão apresentados 120 exemplos de sucesso de turismo sustentável em diferentes países.


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