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Com receita maior, governo vai liberar mais R$ 5 bilhões para gastos neste ano
NEY HAYASHI DA CRUZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo federal aumentou
sua projeção para a arrecadação de tributos neste ano e, com
isso, irá liberar gastos de mais
R$ 5 bilhões para seus projetos.
Segundo o Ministério do Planejamento, responsável pelos cálculos, ainda não foi definido o
destino desses recursos.
Nas contas do Planejamento,
o governo irá arrecadar R$
378,2 bilhões neste ano, já descontado o dinheiro que será repassado dos cofres federais para Estados e municípios.
A nova previsão, que não
considera a arrecadação de R$
140 bilhões estimada com a
contribuição previdenciária,
supera a anterior, feita há dois
meses, em R$ 2,3 bilhões.
A maior arrecadação virá,
principalmente, das empresas.
A estimativa de recolhimento
da CSLL e da Cofins foi elevada
em R$ 1,1 bilhão (de R$ 134,6
bilhões para R$ 135,7 bilhões).
As novas contas consideram
que a economia brasileira irá
crescer 4,7% neste ano, mesma
projeção do relatório anterior.
Já a estimativa para a inflação
medida pelo IPCA (Índice de
Preços ao Consumidor Amplo)
subiu de 3,68% para 3,83%.
Além disso, foi reduzido em
R$ 1,5 bilhão -de R$ 44,5 bilhões para R$ 43,0 bilhões- a
previsão para o déficit a ser registrado pela Previdência em
2007, o que ajudou a aumentar
o espaço para os gastos do governo. A queda de R$ 1,2 bilhão
na projeção das despesas obrigatórias do governo -que inclui, por exemplo, repasses a
fundos de desenvolvimento regional- também colaborou para a maior folga.
A liberação de verbas segue o
calendário tradicionalmente
adotado pelo governo: o Orçamento sofre cortes no começo
de cada ano e mais gastos costumam ser autorizados nos últimos meses, quando o governo
já está um pouco mais seguro
de que conseguirá cumprir suas
metas de ajuste fiscal.
Em fevereiro, havia sido
anunciado um corte -chamado tecnicamente de contingenciamento, já que pode ser revertido posteriormente- de R$ 16,4 bilhões. Desse valor,
R$ 6,8 bilhões já haviam sido liberados em julho, diante da boa
arrecadação tributária.
Mesmo com os gastos adicionais autorizados ontem, ainda
será possível que União e suas
estatais acumulem superávit
primário (economia para pagamento de juros da dívida pública) de R$ 71,1 bilhões neste ano.
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