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PRODUÇÃO
Investimentos no setor produtivo também estão em queda neste ano
Consumo das famílias cai
em comparação com 2001
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
O consumo das famílias, que representa cerca de 60% do PIB
(Produto Interno Bruto), e os investimentos no setor produtivo
caíram 0,74% e 6,62%, respectivamente, de janeiro a setembro deste ano, na comparação com os nove primeiros meses de 2001, segundo dados divulgados ontem
pelo IBGE (Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística).
No conceito de família, o órgão
abrange pequenas empresas domésticas e propriedades rurais.
Segundo Roberto Olinto, economista do IBGE, o fato de a renda do trabalhador estar em queda
foi o principal responsável pela
retração no consumo das famílias. Desde janeiro de 2001, o rendimento cai de modo continuado.
Sobre os investimentos, ele disse que o período de turbulência
pelo qual passou o país teve reflexos negativos na compra de máquinas e equipamentos e, principalmente, na construção civil.
Com juros mais altos e câmbio
instável, dizem especialistas, os
empresários se retraem. Adiam,
por exemplo, decisões de novos
projetos de ampliação de suas fábricas, o que faz cair o nível de investimentos da economia.
Por outro lado, o consumo do
governo subiu 1,16%. As exportações aumentaram 3,5% e as importações recuaram 13,99%.
Olinto considera que as exportações foram "o motor" do PIB
neste ano até o terceiro trimestre.
"Sem dúvida, foi o grande efeito
positivo", disse.
Ele destacou ainda que as importações têm caído -o que contribuiu negativamente para o resultado-, mas já numa velocidade menor do que nos trimestres
anteriores.
Em relação ao consumo do governo, ele disse que é "um aumento residual", puxado principalmente pelos gastos com saúde e
educação.
PIB em valor de mercado
Soma de todos os bens e serviços produzidas no país, o PIB
(Produto Interno Bruto) alcançou, em valores de mercado, R$
957,1 bilhões até o final do terceiro
trimestre deste ano. Somente no
terceiro trimestre o valor do produto chegou a R$ 337,2 bilhões.
Do total acumulado no ano, R$
852,6 bilhões são referentes efetivamente ao que foi produzido em
volume e convertido para preços
de mercado. O restante -outros
R$ 104,5 bilhões- corresponde
aos impostos que incidem sobre
os produtos e serviços.
No acumulado do ano, o PIB
cresceu 0,94%. Na comparação
dos quatro últimos trimestres
com igual período imediatamente
anterior, houve um crescimento
menor, de 0,52%.
Em dólares, o PIB do ano somou US$ 358,28 bilhões até setembro, de acordo com o economista Luiz Afonso Lima, do banco BBV, que considerou uma taxa
média no período de R$ 2,67 por
dólar. Para ele, ao final do ano, o
produto deve chegar a US$ 466 bilhões -ou R$ 1,348 trilhões.
Por setores, o melhor desempenho foi registrado pela agropecuária, que cresceu 6,46% no acumulado do ano e sustentou o resultado geral.
O setor de serviços, o de maior
peso, também teve um resultado
positivo: 1,52%. Já o PIB industrial
registrou queda de 0,22%, segundo os dados do IBGE.
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