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Cooperativas cortam entrega de leite
VICTOR RAMOS
DA AGÊNCIA FOLHA
Mais cinco cooperativas decidiram suspender o fornecimento de
leite para a Parmalat em razão do
atraso nos pagamentos por parte
da empresa aos produtores. São
três cooperativas em Goiás e duas
em Minas Gerais, que se somam
às 11 do Rio de Janeiro que já tomaram a mesma medida.
Em Goiás, a dívida da companhia com os produtores locais é
de aproximadamente R$ 6 milhões, que deveriam ter sido pagos em 16 de janeiro, conforme
acordado entre as partes.
Três cooperativas do Estado já
deixaram de fornecer leite para a
empresa devido aos problemas
com o pagamento. Todas elas receberam leite em pó da Parmalat
como forma de abater a dívida,
mas o produto encontra-se ainda
sem comprador definido, de
acordo com a Faeg (Federação da
Agricultura do Estado de Goiás).
A crise gerou uma diminuição
de 45,71% na aquisição de leite da
companhia junto aos produtores
goianos. "No ano passado, a Parmalat captava aproximadamente
10% da produção de Goiás, cerca
de 700 mil litros por dia. Hoje, esse número caiu para cerca de 380
mil litros por dia", afirmou Edson
Alves Novaes, economista da federação goiana.
Por enquanto, não estão previstas ações judiciais, mas, de acordo
com o economista, foi dado pelos
produtores um prazo até amanhã
para que a empresa defina a sua
posição.
Em Minas Gerais, já são duas as
cooperativas que deixaram de
fornecer leite à multinacional,
ambas localizadas no Triângulo
Mineiro, segundo Rodrigo Alvim,
presidente da Comissão Nacional
da Pecuária de Leite, entidade ligada à CNA (Confederação da
Agricultura e Pecuária do Brasil).
Por não haver fábrica da Parmalat
no Estado, a região foi menos afetada que Goiás. Ainda assim, cálculos da entidade estimam em R$
300 mil a dívida.
No ano passado, a Parmalat
comprou 2,8% da produção mineira, o equivalente a 290 mil litros de leite por dia.
"Hoje, muita gente já deixou de
entregar leite para a empresa",
afirma Alvim. Ele calcula que
1.400 produtores trabalhavam para manter o fornecimento no patamar do ano passado. Eles terão
que buscar alternativas de venda
caso a situação da multinacional
não se normalize.
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