São Paulo, quinta-feira, 22 de janeiro de 2004

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Cooperativas cortam entrega de leite

VICTOR RAMOS
DA AGÊNCIA FOLHA

Mais cinco cooperativas decidiram suspender o fornecimento de leite para a Parmalat em razão do atraso nos pagamentos por parte da empresa aos produtores. São três cooperativas em Goiás e duas em Minas Gerais, que se somam às 11 do Rio de Janeiro que já tomaram a mesma medida.
Em Goiás, a dívida da companhia com os produtores locais é de aproximadamente R$ 6 milhões, que deveriam ter sido pagos em 16 de janeiro, conforme acordado entre as partes.
Três cooperativas do Estado já deixaram de fornecer leite para a empresa devido aos problemas com o pagamento. Todas elas receberam leite em pó da Parmalat como forma de abater a dívida, mas o produto encontra-se ainda sem comprador definido, de acordo com a Faeg (Federação da Agricultura do Estado de Goiás).
A crise gerou uma diminuição de 45,71% na aquisição de leite da companhia junto aos produtores goianos. "No ano passado, a Parmalat captava aproximadamente 10% da produção de Goiás, cerca de 700 mil litros por dia. Hoje, esse número caiu para cerca de 380 mil litros por dia", afirmou Edson Alves Novaes, economista da federação goiana.
Por enquanto, não estão previstas ações judiciais, mas, de acordo com o economista, foi dado pelos produtores um prazo até amanhã para que a empresa defina a sua posição.
Em Minas Gerais, já são duas as cooperativas que deixaram de fornecer leite à multinacional, ambas localizadas no Triângulo Mineiro, segundo Rodrigo Alvim, presidente da Comissão Nacional da Pecuária de Leite, entidade ligada à CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil). Por não haver fábrica da Parmalat no Estado, a região foi menos afetada que Goiás. Ainda assim, cálculos da entidade estimam em R$ 300 mil a dívida.
No ano passado, a Parmalat comprou 2,8% da produção mineira, o equivalente a 290 mil litros de leite por dia.
"Hoje, muita gente já deixou de entregar leite para a empresa", afirma Alvim. Ele calcula que 1.400 produtores trabalhavam para manter o fornecimento no patamar do ano passado. Eles terão que buscar alternativas de venda caso a situação da multinacional não se normalize.


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