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Fornecedores do
Rio vendem para
Danone e Nestlé
ANA PAULA GRABOIS
DA SUCURSAL DO RIO
Três cooperativas do Estado do
Rio de Janeiro cortaram ontem o
fornecimento de leite à Parmalat e
já desviaram a produção para a
Nestlé e a Danone, concorrentes
da multinacional italiana.
Outras oito cooperativas diminuíram o fornecimento à Parmalat e ameaçam interromper a venda à empresa. Elas estão repassando parte da produção às concorrentes da Parmalat e fabricando
derivados (iogurte, queijos e
manteiga) em maior quantidade
nas próprias instalações.
A Parmalat tem uma dívida de
R$ 1,8 milhão com cinco cooperativas que produzem para uma de
suas unidades de processamento
de leite, localizada em Itaperuna
(a 365 km do Rio de Janeiro), no
noroeste fluminense.
Onze cooperativas fluminenses
destinavam até anteontem 80%
de sua produção -cerca de 360
mil litros diários- à fábrica de
Itaperuna. O corte feito ontem
correspondeu a 150 mil litros.
"Como uma empresa desse porte não tem capital para honrar
seus compromissos?", diz o presidente da Faerj (Federação de
Agricultura do Estado do Rio de
Janeiro), Rodolfo Tavares.
Ele calcula que o valor devido
pelo fornecimento realizado em
janeiro ficará em torno de R$ 4
milhões, mas o pagamento é visto
como incerto pelos produtores.
Além do preço mais baixo negociado com a Nestlé e a Danone, as
cooperativas têm custos maiores
de transporte e precisam pagar
mais impostos. Como as fábricas
das duas empresas ficam em outros Estados (Minas Gerais e São
Paulo), quando o leite sai do Rio
de Janeiro, os produtores têm de
pagar 12% de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias).
Segundo a Parmalat, o pagamento às cooperativas depende
da liberação de R$ 7 milhões retidos pelo Banco do Brasil.
A quantia foi bloqueada para
descontar juros devidos pela empresa ao banco. O dinheiro continuava retido até ontem à noite.
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