São Paulo, quinta-feira, 22 de janeiro de 2004

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Fornecedores do Rio vendem para Danone e Nestlé

ANA PAULA GRABOIS
DA SUCURSAL DO RIO

Três cooperativas do Estado do Rio de Janeiro cortaram ontem o fornecimento de leite à Parmalat e já desviaram a produção para a Nestlé e a Danone, concorrentes da multinacional italiana.
Outras oito cooperativas diminuíram o fornecimento à Parmalat e ameaçam interromper a venda à empresa. Elas estão repassando parte da produção às concorrentes da Parmalat e fabricando derivados (iogurte, queijos e manteiga) em maior quantidade nas próprias instalações.
A Parmalat tem uma dívida de R$ 1,8 milhão com cinco cooperativas que produzem para uma de suas unidades de processamento de leite, localizada em Itaperuna (a 365 km do Rio de Janeiro), no noroeste fluminense.
Onze cooperativas fluminenses destinavam até anteontem 80% de sua produção -cerca de 360 mil litros diários- à fábrica de Itaperuna. O corte feito ontem correspondeu a 150 mil litros.
"Como uma empresa desse porte não tem capital para honrar seus compromissos?", diz o presidente da Faerj (Federação de Agricultura do Estado do Rio de Janeiro), Rodolfo Tavares.
Ele calcula que o valor devido pelo fornecimento realizado em janeiro ficará em torno de R$ 4 milhões, mas o pagamento é visto como incerto pelos produtores.
Além do preço mais baixo negociado com a Nestlé e a Danone, as cooperativas têm custos maiores de transporte e precisam pagar mais impostos. Como as fábricas das duas empresas ficam em outros Estados (Minas Gerais e São Paulo), quando o leite sai do Rio de Janeiro, os produtores têm de pagar 12% de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias).
Segundo a Parmalat, o pagamento às cooperativas depende da liberação de R$ 7 milhões retidos pelo Banco do Brasil.
A quantia foi bloqueada para descontar juros devidos pela empresa ao banco. O dinheiro continuava retido até ontem à noite.


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