|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Reação deve estimular mais gasto oficial
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ritmo crescente da arrecadação nos últimos
dois meses de 2009 poderá se traduzir em dois
trunfos para o governo em
2010. Segundo especialistas, além de sinalizar a retomada da economia, dará
uma boa margem para a
continuidade do aumento
dos gastos governamentais num ano eleitoral,
sem comprometer metas
orçamentárias.
Para o chefe do Centro
de Crescimento Econômico da FGV (Fundação Getulio Vargas), Samuel Pessoa, a maior quantidade de
receitas no caixa do governo decorrentes do crescimento da atividade produtiva pode influir na decisão da equipe econômica
de interromper medidas
de estímulo ao consumo.
Segundo Pessoa, a
maior arrecadação será
suficiente para permitir
que o governo eleve os gastos públicos em uma proporção entre 6% e 8%, um
ritmo maior que o da expansão econômica.
"Ou seja, a arrecadação
superior vai sustentar o
aumento do Bolsa Família
e do salário mínimo sem
pressionar as metas de superavit", acrescenta.
De acordo com o professor de ambiente econômico global do Insper/Ibmec-SP, Otto Nogami, o
aumento já verificado no
fluxo de tributos confirma
a tese de que, à medida que
os consumidores sentem
uma cenário mais estável,
voltam a consumir bens
duráveis de maior valor.
"Ainda assim, em um
ano eleitoral, o governo
pode ser tentado a manter
as desonerações, sobretudo para os bens mais populares, como os carros
1.0", afirma. Segundo ele, o
impacto dessas medidas
sobre uma parcela maior
do eleitorado será considerado, uma vez que o
efeito nas receitas deve ser
compensado pelo aumento do consumo.
Ao mesmo tempo, diz
Nogami, uma maior urgência na liberação de recursos às obras de infraestrutura vai contrabalançar
os efeitos da renúncia fiscal. "O máximo de execução possível dessas obras
gera renda, aumenta o
consumo e estimula a produção. Só aí já estão compensadas as desonerações,
e fechamos essa equação."
Texto Anterior: Arrecadação bate recorde em dezembro Próximo Texto: Análise: Fisco perde pouco em ano de crise Índice
|