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Com BC fora, preços tendem a se elevar
da Reportagem Local
A escassez de dólar no mercado
(estoque declinante da moeda norte-americana nas mãos dos bancos), que pressiona para cima a taxa de câmbio, não ameaça ainda
paralisar o comércio exterior, mas
vai encarecer os custos das empresas que têm de fechar contratos de
câmbio para o pagamento de insumos importados.
Segundo especialistas, não há falta de dólar. A questão é o preço. O
que há, na verdade, é uma aposta
na alta do dólar.
A redução da oferta de dólares é
o resultado da combinação do regime de liberdade cambial (o Banco Central não está intervindo no
mercado por meio de leilões, o que
dificulta o fechamento das operações de compra e venda de dólares) com a crise de confiança na
economia brasileira (o mercado
espera novas altas do dólar).
Roberto Giannetti da Fonseca,
presidente da Silex Trading, disse
que, apesar da escassez, as empresas importadoras de insumos não
correm o risco de ficar inadimplentes.
"A necessidade dessas empresas
de comprar dólares é que está
criando uma certa ebulição no
mercado. Ebulição, a meu ver, totalmente desnecessária porque o
Banco Central não deveria se ausentar do mercado por tanto tempo."
Segundo Giannetti da Fonseca, o
BC deveria estar comprando e vendendo dólares várias vezes por dia,
monitorando a taxa por meio de
bandas informais.
Isso diminuiria a volatilidade do
mercado, afetando menos a economia real (eventuais atrasos na importação de insumos) e a administração financeira das empresas dos
setores industriais que precisam
de dólares para honrar compromissos no exterior.
"O Banco Central tem de intervir, mas sem eliminar a tendência
do mercado. Se eliminar a tendência, acaba o regime de câmbio livre."
Até a adoção desse regime, uma
empresa que precisava comprar
US$ 50 milhões, por exemplo, podia resolver a questão operando
com apenas um banco. Hoje, tem
de negociar pelo menos com cinco
bancos, colocando uma demanda
de US$ 250 milhões no mercado.
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