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Impacto na inflação pode ir de 5% a 9%
TONI SCIARRETTA
da Sucursal do Rio
Se a valorização do dólar se estabilizar nos 37,19% a que chegou
ontem, segundo a cotação média
do Banco Central, de R$ 1,66, criará um resíduo de inflação que pode
chegar a 9,26%.
A previsão é do Centro de Estudo
de Preços da FGV (Fundação Getúlio Vargas), com base nos cálculos do IGP-DI (Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna).
A entidade não quis prever em
que período essa inflação se refletiria nos índices. Disse apenas que o
percentual refere-se ao resíduo de
inflação provocado pela desvalorização do real.
Projeções
O estudo da FGV leva em conta
um cenário tecnicamente ideal, em
que ocorra o repasse direto ao consumidor do aumento nos preços
de produtos importados -inclusive dos combustíveis.
Desconsidera a contaminação
inflacionária para os demais produtos e serviços que não sejam afetados pelo aumento nos preços dos
importados.
Se a valorização se estabilizar em
20%, com o dólar valendo R$ 1,45,
a FGV prevê que o resíduo de inflação medida pelo IGP-DI seria de
4,98%.
Agora, pela fórmula adotada pela
FGV, se a valorização do dólar se
estabilizar em 30%, com o dólar
valendo R$ 1,57, o impacto seria de
7,47%.
Valor exagerado
O diretor do Ibre (Instituto Brasileiro de Economia), Antônio
Carlos Porto Gonçalves, disse
acreditar que o dólar se estabilize
abaixo das cotações de ontem.
"É claramente exagerada (a cotação de ontem). Isso só está acontecendo porque há falta de dólar no
mercado. Como ninguém sabe
exatamente o que vai acontecer,
não há compradores de real."
Segundo os cálculos de Porto
Gonçalves, a valorização ideal do
dólar seria próxima de 25%.
"Com 25%, o saldo da balança
comercial passaria de um déficit de
US$ 6 bilhões (nos últimos 12 meses) para um superávit de US$ 12
bilhões a US$ 15 bilhões no período de julho de 1999 a junho de
2000."
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