São Paulo, quarta-feira, 22 de fevereiro de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Estrangeiro investe US$ 1,5 bi no Brasil no mês de janeiro

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Brasil recebeu US$ 1,503 bilhão em investimentos estrangeiros diretos no mês passado, segundo dados do Banco Central. O número mostra uma certa recuperação no fluxo de capital externo para o país, já que, ao longo de 2005, somente em duas oportunidades o ingresso de recursos superou US$ 1,5 bilhão em um único mês.
Mas, neste mês, já se observa uma ligeira desaceleração. Segundo números parciais fechados na sexta-feira passada, o fluxo de investimentos diretos estava em US$ 770 milhões e, nas contas do BC, deve chegar a US$ 1 bilhão até o final do mês.
A expectativa do BC é que o ingresso de capital externo chegue a US$ 16 bilhões neste ano, valor próximo do alcançado em 2005. No setor privado, há analistas que consideram esses números baixos. O Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial), por exemplo, diz que o Brasil tem potencial para atrair US$ 25 bilhões por ano.
Em geral, fatores como os juros altos e a falta de normas claras para regular o funcionamento de alguns setores da economia -especialmente na área de infra-estrutura- são apontados com culpados pela falta de investimentos estrangeiros.
Ontem, o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, aproveitou a divulgação dos números mais recentes das contas externas do país para rebater essas críticas. Segundo Lopes, o Brasil só atraía mais investimentos no passado por causa das privatizações. Entre 1999 e 2000, por exemplo, o país recebeu mais de US$ 15 bilhões pela venda de empresas estatais.
Além dos investimentos diretos, o fluxo de dólares para o Brasil também foi favorecido pelo aumento na procura por empréstimos no mercado internacional. No mês passado, o setor privado captou US$ 1,208 bilhão no exterior, o equivalente a 592% dos vencimentos do período. Ou seja, não só os compromissos que venceram foram refinanciados, como as empresas ainda contraíram dívidas adicionais.


Texto Anterior: Contas públicas: Remessa cresce e deixa conta externa negativa
Próximo Texto: Bancos compram mais dólares; moeda sobe 1,8%
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.