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repercussão
Proposta ainda é tímida, avaliam empresários
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA REPORTAGEM LOCAL
O presidente da Confederação Nacional da Indústria,
deputado Armando Monteiro (PTB-PE), considera que a
nova proposta de reforma
tributária apresenta avanços
em relação à de 2003, embora haja "frustrações", como a
permanência do IPI e do ISS.
"Cabe ao setor empresarial atuar no Congresso para
tentar ampliar essa proposta", disse o empresário, que
pertence à base de sustentação política do governo.
Para Monteiro, o mais positivo foi o consenso em torno da criação do Imposto sobre Valor Agregado em substituição aos atuais tributos
incidentes sobre o consumo,
ainda que dificuldades técnicas e políticas impeçam uma
simplificação mais radical.
Ele elogiou as propostas para
desoneração completa dos
investimentos das empresas
-basicamente, compra de
equipamentos- e das exportações, embora o processo vá
obedecer a um período de
transição considerado longo.
O líder do DEM na Câmara, Antônio Carlos Magalhães Neto (BA), disse que o
partido está pronto a dialogar, desde que a "reforma seja do país, não do governo".
Sobre a possibilidade de a
reforma ser aprovada ainda
neste ano, ele disse que dependerá de como o governo
vai agir a partir de agora.
"Pode ser que a proposta
avance neste ano, mas repito
que não tem como prever a
data sem conhecer o texto",
disse Magalhães Neto.
Segundo o líder do governo na Câmara, Henrique
Fontana (PT-RS), é necessário que a proposta seja votada ainda neste ano.
Representantes da indústria e do comércio consideram a simplificação de tributos e a unificação do ICMS
medidas importantes, mas
ainda "tímidas".
Abrangência
"Não há como não ficar de
acordo com esses conceitos.
Precisamos ver como será
feita essa reforma. No caso
do PIS e da Cofins, quando a
cobrança passou a ser não-cumulativa, todo mundo
gostou. Só que depois a alíquota subiu e, como conseqüência, a arrecadação", disse Helcio Honda, diretor jurídico da Fiesp (federação
das indústrias paulistas).
Na avaliação da Federação
do Comércio do Estado de
São Paulo, a unificação de
tributos será positiva desde
que a alíquota efetiva paga
pelo contribuinte não seja
maior do que a soma, como
ocorre atualmente. "São medidas importantes, mas que
não terão impacto significativo na redução da carga tributária. A reforma precisa
ser mais abrangente e contemplar a redução dos gastos
do Estado", disse Fabio Pina,
assessor da entidade.
Para Luiz Aubert Neto,
presidente da Abimaq (que
reúne indústrias de máquinas), se a simplificação da
carga tributária vier com desoneração embutida para investimentos, "o governo vai
mostrar que tem política de
longo prazo para o país, mas
é preciso ver se essa simplificação não vai onerar ainda
mais a indústria".
Humberto Barbato, presidente da Abinee (que reúne
empresas de eletroeletrônicos), disse que a desoneração
de investimentos precisa ser
agilizada. "Não se pode onerar quem produz no país.
Não vimos medidas nesse
sentido, o que decepciona."
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