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Vantagem de Lula sobre FHC aumenta com nova metodologia do PIB do IBGE
JANAINA LAGE
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
Os novos dados do IBGE
trouxeram uma boa notícia ao
governo Lula: a expansão média do PIB nos três primeiros
anos do governo do PT saltou
de 2,6% para 3,2%. Já nos três
últimos anos de FHC (2000,
2001 e 2002), o PIB oscilou menos -subiu de 2,5% para 2,8%.
Já prevendo críticas, o IBGE
disse que a mudança metodológica do PIB foi estritamente
técnica, não atendeu a interesses políticos e seguiu a recomendações internacionais.
De acordo com Roberto Olinto, coordenador de Contas Nacionais do IBGE, a explicação
para as mudanças está na nova
estrutura de ponderações dos
setores e na incorporação de
uma nova base de dados, constituída por pesquisas anuais de
indústria, serviços, comércio,
construção civil, orçamentos
familiares e outras.
No caso do governo Lula, o
setor de serviços, que ganhou
mais peso no PIB, foi melhor do
que no governo FHC e inflou o
desempenho da economia do
país. Seu peso passou de 54,1%
em 2000 para 64% em 2005.
"Com a estabilidade da inflação e mais crédito, aumentou a
participação do consumo das
famílias, o que beneficia diretamente os serviços", disse Sandra Utsumi, economista do
BES Investimentos.
Sob Lula, o setor cresceu a
uma taxa anual média de 3,1%
com incremento maior dos
subsetores de comércio e
transporte. De 2001 a 2002, a
média do crescimento do setor
de serviços ficou em 2,5%.
A expansão da economia foi
inflada pelos novos dados nos
três anos do governo Lula, o
que não aconteceu nos últimos
anos FHC. No ano de 2004, por
exemplo, o PIB saltou de 4,9%
para 5,7%, crescendo a taxas
mais próximas das asiáticas.
Na era FHC, só em 2002 o
PIB avançou na nova metodologia -de 1,9% para 2,7%.
O IBGE recalculou ainda o
PIB de 95 a 99. Não incorporou,
porém, para tal período uma
nova base de dados. Refez só os
cálculos com as novas ponderações e atualizou informações,
como a administração pública e
a intermediação financeira. Por
isso, o PIB variou menos.
Como as estimativas para a
população não mudaram, o aumento do PIB per capita refletiu as variações do crescimento. Nos três últimos anos de
FHC, a taxa passou de 1,1% para
1,3% com a nova metodologia.
Com Lula, foi de 1,1% para 1,8%.
Crédito
Para Alex Agostini, da Austin
Ratings, a nova metodologia
expressou a explosão da oferta
de crédito, especialmente o
consignado, um dos fatores para o aumento da expansão da
economia nos últimos anos.
De 1995 a 1999, o crescimento médio da economia ficou em
1,5% na nova série -era de 1,7%
pela antiga metodologia.
Para Eduardo Nunes, presidente do IBGE, os resultados
na antiga e na nova série do PIB
obedecem à mesma tendência.
"O movimento fica mais claro,
mas a tendência é a mesma. Se
a economia crescia, agora continuamos indicando esse movimento, a magnitude é que pode
ser diferente em alguns anos."
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