São Paulo, sábado, 22 de março de 2008

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repercussão

CNI diz que apóia restrição ao crédito

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Na queda-de-braço entre o Ministério da Fazenda e o Banco Central para decidir qual instrumento será usado para conter pressões inflacionárias, o setor industrial está do lado do ministro Guido Mantega (Fazenda).
O presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Armando Monteiro Neto, avaliou a iniciativa do ministro como positiva e disse que os industriais preferem e apoiarão medidas que restrinjam a expansão do crédito à possibilidade de o Banco Central retomar a alta dos juros.
"Não é aconselhável mexer na Selic porque o Brasil já possui a maior taxa de juros do mundo. É preferível restringir a oferta de crédito ou reduzir prazos de financiamento."
De acordo com ele, há indicações de pressões de preços e a área econômica está preocupada com efeito que isso terá na inflação.
Devido ao forte aquecimento do consumo, importantes segmentos da indústria operam com elevada capacidade de produção, uma situação de risco para a remarcação de preços. Entre esses setores, figuram montadoras de veículos, fábricas de máquinas e equipamentos, papel e minerais.

Divergência
José Arthur Assunção, vice-presidente da Acrefi (Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento), criticou a intenção de Guido Mantega de adotar medidas de contenção do crédito. Ele classificou de antiquada a idéia do ministro.
"O controle de crédito como política monetária é um retrocesso. Foi adotado no governo Sarney, mas já não se usa mais", disse Assunção.
Para o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, antes de restringir o crédito, o governo deveria procurar "exigir" das empresas um aumento na oferta. "É bom lembrar que foi o crédito que fez a economia crescer. Se mexer nisso agora, vai punir as classes média e média baixa", afirmou Paulinho.
Procuradas ontem pela reportagem, os diretores da Febraban (Federação Brasileira dos Bancos) e das principais montadoras não se pronunciaram. Representantes da CUT não foram localizados.


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