EDUARDO CUCOLO
DA FOLHA ONLINE, EM BRASÍLIA

A valorização do real e o vencimento de títulos públicos ajudaram a reduzir a dívida pública federal em abril. Segundo dados do Tesouro Nacional, em abril a dívida caiu 1,02% ante março, chegando a R$ 1,38 trilhão.
No mês passado, os resgates superaram as emissões de novos títulos em R$ 17,64 bilhões. Mas parte do efeito positivo sobre a dívida foi reduzida pelo impacto dos juros, de R$ 3,42 bilhões.
A dívida pública federal externa (8,83% do total) caiu 6,29%, devido à valorização de 5,9% do real em relação às moedas estrangeiras nas quais o país é devedor, e ficou em R$ 122,25 bilhões. A dívida interna caiu 0,47% e ficou em R$ 1,26 trilhão.
De acordo com o coordenador da dívida pública, Guilherme Pedras, o mês de abril foi marcado por uma estabilização do mercado financeiro em relação ao pior momento da crise, no final do ano passado.
"O mercado está consolidando uma estabilidade em relação àquilo que aconteceu durante o ano passado."
Essa estabilização se refletiu na queda das taxas de juros e no aumento da procura por títulos prefixados e atrelados a índices de preços com prazos mais longos. Esses títulos atraíram, principalmente, fundos de pensão.
O mês de abril concentra sempre o vencimento de papéis prefixados, o que reduz temporariamente a participação desses títulos na dívida. A parcela de títulos prefixados na dívida total caiu 1,27 ponto, para 26,76%.
Com isso, a participação dos papéis indexados à taxa Selic subiu de 33,71% para 34,96%. Os títulos remunerados por índices de preços passaram para 27,89%.
O volume de títulos em poder público com vencimento no curto prazo (em até 12 meses) caiu mais de um ponto, para 28,58%.
O custo médio em 12 meses da dívida passou para 15,13% ao ano.
O resultado de abril também foi influenciado pelo resgate dos primeiros títulos emitidos, em março, para capitalizar o BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social).


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