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Reino Unido pode perder nota máxima de crédito
Standard & Poor's questiona aumento do endividamento pelo governo britânico
Grande preocupação de
investidores é que os EUA,
que também aumentaram
os gastos, possam deixar
de ter classificação "AAA"
DA REDAÇÃO
Com as contas do governo
britânico se deteriorando devido à crise, o Reino Unido pode
perder o nível máximo de confiança de crédito, aumentando
o temor de que outras grandes
economias possam deixar de
ter a nota -fundamental para
financiar a dívida pública.
A agência de classificação de
risco Standard & Poor's rebaixou a perspectiva do crédito
britânico, que hoje tem a melhor nota possível, de "estável"
para "negativa". Foi a primeira
vez que a empresa americana
colocou em xeque a nota do
Reino Unido desde que ela começou a analisar as finanças
públicas do país, em 1978.
Uma mudança na nota provocará um forte abalo nas contas do governo do Reino Unido.
Um rebaixamento significa que
os títulos do Tesouro britânico
serão vistos como de risco
maior que os atuais. Para atrair
os investidores, o governo terá
que pagar juros maiores.
O alerta, diz a agência, é baseado na previsão de que a dívida pública britânica se aproximará de 100% do PIB em 2013.
"Uma dívida do governo desse
nível, caso mantida, seria, na visão da Standard & Poor's, incompatível com a nota "AAA"
[máxima]". Pela previsão do
governo, a dívida neste ano representará 12,4% do PIB, porém essa estimativa é considerada otimista por analistas.
Pelos cálculos do FMI, a dívida do governo britânico representará 66,9% do PIB em 2010,
superando os 58,1% da Alemanha e os 29,1% do Canadá. Para
os EUA, a previsão é que ela
chegue a 70,4% do PIB -0,2
ponto percentual menor que a
estimativa para a França.
O aumento do endividamento público é reflexo da elevação
de gastos pelos governos para
tentar frear a pior recessão desde a Segunda Guerra. O governo do primeiro-ministro Gordon Brown, que enfrenta eleições gerais no ano que vem,
gastou centenas de bilhões de
dólares no resgate ao sistema
bancário (o RBS e o Lloyds, na
prática, foram estatizados).
Ainda assim, a economia encolheu 1,9% no primeiro trimestre, e o desemprego é o maior
em 13 anos.
Nos últimos meses, Espanha,
Portugal, Irlanda, Grécia e Islândia já tiveram as suas notas
de crédito diminuídas ou colocadas em cenário negativo devido à crise -o Japão teve rebaixada a classificação da dívida em moeda estrangeira.
Mas a maior preocupação entre os investidores é que os Estados Unidos, a maior economia mundial, também possam
perder a sua nota máxima, já
que o governo também vem aumentando os gastos para conter a crise, seja em planos de estímulo à economia, seja em pacotes de resgate a bancos.
Com "Financial Times", "The New York Times"
e agências internacionais
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