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Chinesa investe US$ 3 bi em campo de petróleo do Brasil
Estatal Sinochem adquire da norueguesa Statoil 40% de área na bacia de Campos
Investimento é o maior da
China no Brasil é desbanca a
compra de concessionárias
de transmissão de energia,
anunciada nesta semana
DA REDAÇÃO
DA SUCURSAL DO RIO
A petrolífera estatal chinesa
Sinochem venceu disputa pela
fatia de 40% do campo de Peregrino (bacia de Campos), pertencente à norueguesa Statoil.
No negócio, o maior investimento chinês no Brasil e o segundo grande na área de petróleo e gás da China na América
Latina desde março, foram desembolsados US$ 3,07 bilhões
(R$ 5,7 bilhões).
Outras empresas, entre as
quais as chinesas Cnooc e a Sinopec, também fizeram oferta,
segundo a agência Reuters.
A Statoil não revela o valor
investido no projeto, mas, no
mercado, estima-se que a cifra
supere US$ 2 bilhões. A companhia informa que só se manifesta sobre valores globais de
investimento.
O campo de Peregrino possui
reservas entre 300 milhões e
600 milhões de barris de petróleo e conta com capacidade de
produção de 100 mil barris/dia
-o que corresponde a cerca de
5% do volume de extração de
óleo da Petrobras atualmente.
Estima-se que o campo tenha
vida útil de mais de 30 anos,
considerando o ritmo de produção de 100 mil barris/dia.
À Folha a Statoil informou
que "nunca pretendeu manter
os 100% de participação no
campo de Peregrino".
"Quando a companhia adquiriu os 50% restantes em
2008 [ela já tinha uma participação de 50% antes], o objetivo
foi se tornar operadora do campo, mas seus planos sempre foram o de, em um breve espaço
de tempo, vender parte do
campo e ter um parceiro para
continuar o trabalho em Peregrino", disse a empresa.
Segundo a Statoil, essa é
"uma prática comum da indústria em todo o mundo, que permite dividir riscos e compartilhar experiências" e que "torna
possível ainda a estratégia de
manter" um leque diversificado de projetos e obter maior
"flexibilidade financeira".
A Statoil ressaltou, porém,
que "não tem necessidade imediata de dinheiro em caixa" para tocar o projeto do campo.
"Mas esse acordo melhora ainda mais nossa capacidade de
investir em outros projetos, inclusive no Brasil, preservando
a nossa estratégia de realizar
investimentos no longo prazo e
com austeridade financeira."
Investimento à chinesa
A ofensiva chinesa no Brasil e
na América Latina ocorre enquanto as estatais de energia
daquele país percorrem o mundo por ativos de alta qualidade
para servirem de combustível
ao seu robusto crescimento
econômico.
Em abril, a Petrobras assinou
um acordo de cooperação com
a Sinopec para explorar dois
blocos em bacias do Pará e do
Maranhão. Em março, a Cnooc
comprou, por US$ 3,1 bilhões,
fatia na argentina Bridas Holdings.
No ano passado, as companhias de petróleo e gás da China investiram US$ 18,8 bilhões
em aquisições no exterior, segundo a Thomson Reuters.
No início da semana, a gigante elétrica chinesa State Grid
anunciou a compra de sete concessionárias de transmissão no
Brasil, por R$ 3,097 bilhões.
Até então, era o maior investimento chinês já feito no Brasil.
Com agências internacionais
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