São Paulo, sábado, 22 de maio de 2010

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Chinesa investe US$ 3 bi em campo de petróleo do Brasil

Estatal Sinochem adquire da norueguesa Statoil 40% de área na bacia de Campos

Investimento é o maior da China no Brasil é desbanca a compra de concessionárias de transmissão de energia, anunciada nesta semana

DA REDAÇÃO
DA SUCURSAL DO RIO

A petrolífera estatal chinesa Sinochem venceu disputa pela fatia de 40% do campo de Peregrino (bacia de Campos), pertencente à norueguesa Statoil.
No negócio, o maior investimento chinês no Brasil e o segundo grande na área de petróleo e gás da China na América Latina desde março, foram desembolsados US$ 3,07 bilhões (R$ 5,7 bilhões).
Outras empresas, entre as quais as chinesas Cnooc e a Sinopec, também fizeram oferta, segundo a agência Reuters.
A Statoil não revela o valor investido no projeto, mas, no mercado, estima-se que a cifra supere US$ 2 bilhões. A companhia informa que só se manifesta sobre valores globais de investimento.
O campo de Peregrino possui reservas entre 300 milhões e 600 milhões de barris de petróleo e conta com capacidade de produção de 100 mil barris/dia -o que corresponde a cerca de 5% do volume de extração de óleo da Petrobras atualmente.
Estima-se que o campo tenha vida útil de mais de 30 anos, considerando o ritmo de produção de 100 mil barris/dia.
À Folha a Statoil informou que "nunca pretendeu manter os 100% de participação no campo de Peregrino".
"Quando a companhia adquiriu os 50% restantes em 2008 [ela já tinha uma participação de 50% antes], o objetivo foi se tornar operadora do campo, mas seus planos sempre foram o de, em um breve espaço de tempo, vender parte do campo e ter um parceiro para continuar o trabalho em Peregrino", disse a empresa.
Segundo a Statoil, essa é "uma prática comum da indústria em todo o mundo, que permite dividir riscos e compartilhar experiências" e que "torna possível ainda a estratégia de manter" um leque diversificado de projetos e obter maior "flexibilidade financeira".
A Statoil ressaltou, porém, que "não tem necessidade imediata de dinheiro em caixa" para tocar o projeto do campo. "Mas esse acordo melhora ainda mais nossa capacidade de investir em outros projetos, inclusive no Brasil, preservando a nossa estratégia de realizar investimentos no longo prazo e com austeridade financeira."

Investimento à chinesa
A ofensiva chinesa no Brasil e na América Latina ocorre enquanto as estatais de energia daquele país percorrem o mundo por ativos de alta qualidade para servirem de combustível ao seu robusto crescimento econômico.
Em abril, a Petrobras assinou um acordo de cooperação com a Sinopec para explorar dois blocos em bacias do Pará e do Maranhão. Em março, a Cnooc comprou, por US$ 3,1 bilhões, fatia na argentina Bridas Holdings.
No ano passado, as companhias de petróleo e gás da China investiram US$ 18,8 bilhões em aquisições no exterior, segundo a Thomson Reuters.
No início da semana, a gigante elétrica chinesa State Grid anunciou a compra de sete concessionárias de transmissão no Brasil, por R$ 3,097 bilhões. Até então, era o maior investimento chinês já feito no Brasil.


Com agências internacionais


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