São Paulo, terça-feira, 22 de junho de 2004 |
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
O VAIVÉM DAS COMMODITIES China reergue mercado O mercado de soja teve um dia de alta ontem. Dois fatores justificaram essa elevação de preços, segundo Seneri Paludo, da AgRural: a retomada das importações de soja brasileira pelos chineses e o aumento das exportações norte-americanas. Ou seja, o mercado continua se mostrando comprador. "Um alívio" O fim das sanções chinesas foi "um alívio para o mercado", diz Paludo. É muito difícil negociar quando não se tem claras as posições do mercado internacional, acrescenta. Segundo o analista, o mercado ficava incerto porque não sabia qual seria o próximo passo dos chineses. Aprender com o erro "O setor deve aprender com esse erro e não voltar a cometê-lo", diz o analista, em referência à mistura de sementes tratadas com fungicida à soja destinada ao mercado chinês. As boas notícias de ontem provocaram elevação nos preços. Em Chicago, a alta foi de 1,9%. Já em Rondonópolis (MT), a saca foi negociada a R$ 42, com alta de 3,7%. Mais pressão Os preços agrícolas recebidos pelos produtores paulistas mantiveram tendência de alta e subiram 2,61% nos últimos 30 dias até 18 deste mês. A pesquisa anterior tinha mostrado elevação de 1,59%. Os dados são do Instituto de Economia Agrícola. O que sobe Nelson Martin, coordenador da pesquisa do IEA, diz que cebola, batata e tomate lideraram as altas. Entre os cereais, a maior elevação ficou para o trigo (15%). Em alta O preço do café arábica atingiu no mês passado o maior valor desde dezembro de 2000, mostra o Ipep (Índice de Preço Externo ao Produtor) do Cecafé. O preço médio por saca exportada atingiu US$ 74,70, e os produtores receberam 91,9% desse valor. Receitas gordas Com ou sem os chineses, as receitas com exportações de soja continuam crescentes. Os dados de ontem da Secex indicaram receitas médias diárias de US$ 91,5 milhões em junho, 106% a mais do que em 2003. Mantido esse ritmo, o complexo soja deverá render US$ 1,92 bilhão neste mês. Ritmo bom A Secex mostra que as receitas com carnes também serão elevadas neste mês. Até a terceira semana, as receitas somaram US$ 25 milhões, em média, 61% mais do que em junho do ano passado. Nesse ritmo, o setor fecha o mês com receitas de US$ 546 milhões. Custos elevados Os produtores devem se preparar para os gastos com adubos e fertilizantes nesta safra. Os gastos com importações neste mês superam em 145% os do mesmo período do ano passado. Só neste mês, esses gastos devem somar US$ 260 milhões. Simplificar O governo promete simplificar o crédito rural para o produtor nesta safra 2004/5. Além disso, quer atrair investimentos a esse setor produtivo. E-mail: mzafalon@folhasp.com.br Texto Anterior: Mercado financeiro: Captação não chega a empolgar mercado Próximo Texto: Concorrência: Professora da USP será presidente do Cade Índice |
|