São Paulo, Terça-feira, 22 de Junho de 1999
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MERCADO FINANCEIRO

Bovespa registra 2º maior volume de 99

da Reportagem Local

A Bolsa de Valores de São Paulo movimentou ontem o segundo maior volume financeiro do ano: R$ 2,728 bilhões. O valor só é menor do que o registrado em 19 de abril (R$ 2,818 bilhões).
O movimento de ontem ficou 290% acima do de sexta-feira e 280% acima da média diária negociada pela Bolsa neste mês.
Dois fatores contribuíram para que a Bolsa registrasse giro alto. O primeiro foi o vencimento de opções de recibos da Telebrás (papel de primeira linha).
A opção é uma operação antecipada feita na Bolsa, geralmente por investidores que buscam se proteger de quedas futuras no valor dos papéis.
No dia do vencimento, o vencedor tem o direito de decidir se compra ou não as ações pelo preço prefixado.
Antes, há uma disputa entre quem apostou na alta ("comprados") e quem apostou na baixa ("vendidos") das ações.
Os papéis da Telebrás representam cerca de 40% dos negócios da Bovespa. Somente a movimentação de opções representou R$ 1,81 bilhão do pregão de ontem.
Há seis tipos de papéis da Telebrás sendo negociados no mercado de opções. São os chamados RCTBs (Recibos de Carteiras Selecionadas de Ações Telebrás).
O mercado acionário também estava otimista com a possibilidade de redução das taxas brasileiras de juros.
Amanhã acontecerá a reunião mensal do Copom (Comitê de Política Monetária), que pode decidir por uma queda na taxa -fixada atualmente em 22% ao ano.
Com alto volume, sem novidades no noticiário interno e estimulada por fatores externos (como a taxa zerada de inflação nos EUA em maio e o desempenho de ontem das Bolsas asiáticas, o melhor desde a crise de 1997), a Bovespa fechou o dia em alta de 1,07%.
O dólar comercial registrou alta de 0,17% em relação a sexta-feira. A moeda fechou cotada a R$ 1,763.
O valor chegou a R$ 1,769 no início da tarde, mas recuou. A pressão sobre o dólar deve ser grande nesta semana, já que há o vencimento de cerca de R$ 700 milhões em títulos federais reajustados pela variação cambial.
A partir do dia 25, há ainda cerca de US$ 800 milhões em vencimentos de dívidas brasileiras no exterior, o que deve provocar a escassez de dólares. (MARCELO DIEGO)


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